Tribuna Ribeirão
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Religiosos pedem a saída de Bolsonaro

NAJARA ARAÚJO/CÂMARA DOS DEPUTADOS

Representantes católicos e evangélicos levaram até a Câmara nesta terça-feira, 26 de janeiro, mais um pedido de impeachment contra o presidente da República Jair Bolsonaro. A pastora Romi Márcia Bencke, representan­te do Conselho Nacional das Igrejas Cristãs do Brasil, par­ticipou do evento.

“Temos a consciência de que nem todas as pessoas das nossas igrejas são favo­ráveis a esse ato que estamos fazendo, mas é importante destacar essa pluralidade e as contradições que existem no âmbito do Cristianismo. Nem todo Cristianismo é bolsonarista”, afirma.

O pedido de impeachment é assinado por cerca de 380 re­ligiosos críticos ao governo. Na lista estão padres católicos, an­glicanos, luteranos, metodistas e também pastores. Embora sem o apoio formal das igre­jas, o grupo tem o respaldo de outras organizações como a Comissão Brasileira Justiça e Paz da Confederação Nacional de Bispos do Brasil (CNBB) e a Aliança de Batistas do Brasil.

O pedido é baseado em denúncia de crimes de respon­sabilidade referentes à área de saúde e das políticas sanitárias durante a pandemia. A presi­dente do PT, Gleisi Hoffmann (RS), o líder da Minoria na Câ­mara, José Guimarães (PT-CE) e o da Minoria no Congresso, Carlos Zarattini (SP) também participaram do evento.

Eles devem apresentar nesta quarta-feira (27) outro pedido de impeachment con­tra Bolsonaro, assinado em parceria com demais partidos da oposição. A decisão de dar ou não o pontapé inicial no processo cabe ao presidente da Câmara, que também pode engavetar os pedidos – desde o início do mandato de Bol­sonaro foram protocoladas 61 ações desse tipo contra ele, das quais 56 estão ativas.

Esse é um dos motivos pelos quais o Planalto está empenha­do em eleger o novo presidente da Câmara, já que o atual, Ro­drigo Maia (DEM-RJ), deixa o cargo em 1º de fevereiro. Ele considera “inevitável” instalar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as ações do governo durante a pandemia da covid-19.

No pedido formalizado nesta terça-feira, os líderes re­ligiosos acusam o presidente de agravar a crise do corona­vírus e, consequentemente, o número de mortes. Para eles, Bolsonaro cometeu crime de responsabilidade e desrespei­tou princípios constitucionais e o direito à vida e à saúde. Mais de 200 mil pessoas já morreram em decorrência de covid-19.

Um dos argumentos é de que Bolsonaro não agiu para conter a tragédia no Amazo­nas e no Pará, onde pacientes morreram em hospitais por falta de oxigênio. No último sábado (23), uma carreata a favor da vacinação contra a Covid-19 e pelo impeachment de Bolsonaro movimentou algumas das principais ruas e avenidas de Ribeirão Preto.

A concentração ocorreu no estacionamento do Estádio Santa Cruz, o campo do Bota­fogo, no bairro da Ribeirânia, Zona Leste. Depois, os mani­festantes seguiram até as ruas do Centro de Ribeirão Preto. Após as primeiras orienta­ções de trajeto, os participan­tes deixaram o estádio e se­guiram em direção às ruas da região central. Os manifes­tantes levavam faixas e carta­zes nos carros com mensagens de “Fora Bolsonaro” e também contaram com o apoio de um carro de som.

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