Tribuna Ribeirão
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Relatório de ministério lista falhas da Backer

O Ministério da Agricultu­ra, Pecuária e Abastecimento divulgou o relatório final sobre as ações fiscais realizadas na Cervejaria Backer após casos de contaminação da bebida da empresa, informou a pasta em nota na noite de terça-feira, 4 de agosto. Segundo o Mapa, o relatório confirma a ocor­rência de contaminações por monoetilenoglicol (MEG) e dietilenoglicol (DEG) desde janeiro de 2019 em cervejas produzidas pela marca.

“Isso afasta a possibilidade de este ser um evento isolado no histórico de produção da cerve­jaria”, informa a pasta. Além dis­so, o relatório ressalta que essas substâncias tóxicas não são pro­duzidas pela levedura cervejeira em condições normais de fa­bricação da bebida. A apuração indicou também que a Backer adotou “práticas irresponsáveis” ao utilizar líquidos refrigerantes tóxicos de forma deliberada em seu estabelecimento, em detri­mento de alternativas atóxicas, como propilenoglicol e álcool etílico potável.

“A empresa também possui diversas falhas e lacunas em seus sistemas de controle e gestão internos, apresentando infor­mações incompletas nos rela­tórios de produção e controles de rastreabilidade ineficientes”, informou o relatório, acrescen­tando que “as contaminações por MEG e DEG não estão restritas a lotes que passaram pelo tanque JB 10, ocorrendo também em cervejas elabora­das anteriormente à instalação deste tanque na cervejaria”.

Cita, além disso, que a cerve­jaria Backer seguirá interditada até que seja possível afirmar que não há riscos para a produção da bebida no local. A compa­nhia está fechada desde janeiro, por determinação do Ministé­rio da Agricultura, e teve seus produtos recolhidos, tanto na empresa quanto no comércio de Minas Gerais, somando 79,48 mil litros de cerveja de várias marcas e diversos lotes, sendo 56,65 mil garrafas com riscos aos consumidores.

“No Espírito Santo, os re­sultados das análises indica­ram 9.047 garrafas de cerveja contaminada retiradas dos mercados, totalizando 5,42 mil litros”, diz a pasta. Até o fecha­mento deste texto, a reporta­gem não havia obtido um po­sicionamento dos citados.

Em 18 de julho, mais uma vítima da intoxicação por dieti­lenoglicol, substância encontra­da em lotes da cerveja Belori­zontina, da Backer, morreu em Belo Horizonte, aumentando para dez o número de mortes. Marco Aurélio Gonçalves Cotta, de 65 anos, estava internado ha­via mais de seis meses, em coma há 40 dias, em um hospital par­ticular da capital mineira.

No início de julho, os mé­dicos fizeram uma ressonância magnética e constataram que o caso era irreversível. Segun­do a Polícia Civil, o corpo foi encaminhado ao Instituto Mé­dico-Legal de Belo Horizonte. Antes, no dia 15, José Osvaldo de Faria, de 66 anos, que estava internado há mais de 500 dias, no Hospital Madre Teresa, em Belo Horizonte, também não resistiu às complicações causa­das pela intoxicação.

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