Tribuna Ribeirão
Geral

Relações de consumo – Discriminação afeta mais de 55% em SP

Levantamento feito pela Fundação Procon-SP, vincu­lada à Secretaria de Estado da Justiça e Cidadania, revela que entre os 1.659 consumidores entrevistados, a maioria – 915 ou 55,15% – já sofreu discrimi­nação ao estabelecer ou preten­der estabelecer uma relação de consumo. A pesquisa apontou que 62,40% dos discriminados possui um baixo poder aqui­sitivo – 571 dos 915 discrimi­nados indicaram que não tem renda ou que sua faixa de renda é de até três salários mínimos (R$ 2.994,00).

Ressalta-se que a condição financeira foi o principal mo­tivo da discriminação nas rela­ções de consumo na percepção dos entrevistados, 60,77% (556 dos 915 discriminados), segui­dos pela cor (15,96%) e por ser mulher (8,20%). O levan­tamento constatou ainda que, considerando a relação por cor e entrevistados em cada clas­sificação de cor, os entrevista­dos da cor preta foram os mais discriminados: 119 das 182 (65,38%) pessoas que se clas­sificaram como da cor preta declararam ter sofrido discri­minação.

Na relação por identidade de gênero e entrevistados em cada grupo, verificou-se que entre os homens transgêneros ocorreu a maior incidência de discriminação: 18 dos 29 ho­mens transgêneros entrevis­tados apontaram que foram discriminados, representando 62,07%. Quanto ao local onde as pessoas foram discrimina­das, os mais citados foram: 36,17% (331) declararam ter sido em uma loja (de roupas, calçados, eletroeletrônicos, en­tre outras), 16,28% (149) em estabelecimento financeiro (banco, financeira, segurado­ra e similares), 8,31% (76) em shopping center, 5,90% (54) em estabelecimento que oferece re­feições e 47 (5,14%) em conces­sionária de serviço público.

Diante da discriminação, a maioria, 56,83% (520) não to­mou nenhuma atitude; 28,74% (263) apenas exigiram respeito aos seus direitos; 10,16% (93) notificaram a Ouvidoria da empresa; e, somente, 4,26% (39) denunciaram às autorida­des competentes, sendo que 18 recorreram ao Procon-SP. Os consumidores que foram dis­criminados ao estabelecer ou tentar estabelecer uma relação de consumo podem reclamar nos canais de atendimento do Procon-SP.

O órgão alerta que é fun­damental para o consumidor denunciar para garantir o seu direito e para que a fundação possa apurar o fato sempre com o objetivo de equilibrar e harmonizar as relações de consumo. O questionário ficou disponibilizado no site e redes sociais do Procon-SP, de 19 de junho a 10 de julho, com o objetivo de identificar os con­sumidores que sofreram algum tipo de discriminação ao esta­belecer ou tentar estabelecer uma relação de consumo.

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