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Relação dos brasileiros com tecnologias bancárias muda na pandemia

DIVULGAÇÃO/ASCOM/MCOM

Posso fazer um pix? Pos­so transferir pelo celular? As perguntas, cada vez mais comuns, entre as pessoas e as empresas, mostram que o uso das tecnologias bancárias tem se tornado mais frequen­te, até por quem não confia muito nas transações bancá­rias pelo celular.

Impulsionado pela pande­mia da covid-19 e as medidas de isolamento social, inicia­das em março do ano passa­do, o uso do celular é o canal favorito dos brasileiros para pagar contas, fazer transfe­rências, contratar crédito e as demais operações bancárias entre outras ações.

Popularização: Canais digitais concentram 67% de todas as transações e são responsáveis por 8 em cada 10 pagamentos de contas, e por 9 em cada 10 contratações de crédito

No ano passado, pela pri­meira vez, as transações re­alizadas no mobile banking – os aplicativos bancários – representaram mais da me­tade (51%) do total das ope­rações feitas no país, revela a Pesquisa Febraban de Tec­nologia Bancária 2021 (ano­-base 2020), divulgada no final de junho no Congresso e Exposição de Tecnologia da Informação das Instituições Financeiras (CIAB) realizada pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) 2021.

O número de transações feitas pelo celular chegou a 52,9 bilhões, ante 37 bilhões no ano anterior. Em todos os canais bancários (celular, in­ternet, maquininhas, agências, caixas eletrônicos, correspon­dentes bancários e contact centers), o total das operações feitas pelos clientes chegou a 103,5 bilhões, um crescimen­to de 20% – o maior dos últi­mos anos do estudo, realiza­do pela Deloitte.

Juntos, os canais digi­tais (internet banking e mo­bile banking) concentram 67% de todas as transações (68,7 bilhões) e são respon­sáveis por 8 em cada 10 pa­gamentos de contas, e por 9 em cada 10 contratações de crédito. Entre os 21 bancos que participaram do levan­tamento, 8 responderam que foram abertas 7,6 milhões de contas pelos canais digitais, uma alta de 90% ante 2019.

A pesquisa também mos­trou que um cenário de pan­demia, os bancos continuam aumentando seus gastos com tecnologia bancária, tota­lizando R$ 25,7 bilhões no ano passado, um aumento de 8% em relação a 2018. E também revelou que 10% do orçamento de Tecnologia da informática é voltado para a cibersegurança, com o obje­tivo de garantir transações com total segurança para os brasileiros em seu dia a dia.

Pesquisa revelou que as transações com movimentação financeira feitas pelo celular registraram um salto de 64% em 2020

“Os resultados de nossa pesquisa, mais uma vez, mos­tram um investimento maciço da indústria bancária em tec­nologia, usabilidade e oferta de novos serviços, em um ano extremamente desafiador, no meio da maior crise de saúde e com graves consequências econômicas no mundo intei­ro. Continuamos com uma tecnologia bancária de ponta, inovadora, moderna, segura e acessível, o que permitiu que nossos clientes ficassem em casa e sequer precisassem ir aos bancos para pagar suas contas, conferir suas finan­ças, e tocar seus negócios”, avalia o presidente da Febra­ban, Isaac Sidney.

Auxílio emergencial
A pesquisa revelou que as transações com movimenta­ção financeira feitas pelo ce­lular registraram um salto de 64% em 2020, impulsio­nadas pelo contexto da pan­demia e do auxílio emer­gencial. Praticamente, todas as operações disponíveis para os clientes bancários pelo smartphone cresceram em 2020: contratação de in­vestimentos (63%), transfe­rências/DOC/TED (60%), pagamentos de contas (51%), contratação de crédito (44%).

Segundo o levantamento, o total de contas ativas no mobi­le banking (conta com alguma movimentação nos últimos seis meses) mais que dobrou, passando de 92,4 milhões para 198,2 milhões. Deste total, 70 milhões foram abertas de­vido ao auxílio emergencial. Entretanto, o estudo mostra que mesmo sem considerar o efeito do auxílio emergencial, o crescimento teria sido de 39%. Já os clientes heavy users (que utilizam mais de 80% das transações em um único canal) registraram um cres­cimento de 113%, passando de 35,7 milhões para 76,3 mi­lhões no ano passado.

“Com a popularização dos serviços financeiros pelos ca­nais digitais, continuamos avançando no terreno impor­tante da inclusão financeira no Brasil, especialmente com o mobile banking, que permite carregar o banco em seu bolso e acessar em qualquer hora ou local, serviços antes restritos a agências bancárias. Prati­camente, todas as operações bancárias podem ser feitas de forma eletrônica”, afirma Rodrigo Mulinari, diretor se­torial de Tecnologia e Auto­mação Bancária da Febraban.

Durante o CIAB, o diretor destacou ainda a entrada dos novos usuários no uso das tecnologias para o celular. “A pandemia trouxe um número muito grande de clientes que tiveram o primeiro contato com os canais digitais, e essas pessoas permanecerão nos canais digitais, lembrando que ele sempre terá a escolha dos demais canais e a escolha é sempre do cliente”, finaliza.

Pix ganha espaço sobre DOC e TED

Neste ano, a pesquisa Febra­ban de Tecnologia Bancária 2021 trouxe um recorte espe­cial sobre o Pix – sistema de pagamento instantâneo, que entrou em vigor em 16 de no­vembro do ano passado. Entre os destaques, o levantamento mostra que a nova ferramenta ampliou significativamente a sua participação na compo­sição de transações bancá­rias, ganhando espaço sobre pagamentos via transferências tradicionais (DOC/TED).

Em novembro, entre os 21 bancos pesquisados, as transações pelo Pix somaram 59,2 milhões, número que foi para 338,2 milhões em março deste ano, um crescimento de 471%; enquanto as transferên­cias caíram de 229,4 milhões para 218,5 milhões no mesmo período. A pesquisa mostrou que o número de usuários cadastrados com mais de 30 recebimentos por Pix no mês aumentou de 6 mil para 519 mil em março.

Bandidos de olho nos celulares para transações online
Os aplicativos bancários para celular ganharam destaque após o caso do vereador de São Paulo ter R$ 67 mil trans­ferido de sua conta bancária após o roubo de seu celular.

Apesar desse e de outros relatos de casos semelhantes, a Febraban esclareceu, por meio de nota, que os aplicati­vos dos bancos contam com o máximo de segurança em todas as suas etapas, desde o seu desenvolvimento até a sua utilização. “Portanto, não existe qualquer registro de violação da segurança desses aplicativos, os quais contam com o que existe de mais moderno no mundo para este assunto. Além disso, para que os aplicativos bancários sejam utilizados, há a obrigatorieda­de do uso da senha pessoal do cliente”, completa a nota.

Como funciona o golpe
Muito dos roubos ocorrem em vias públicas durante o uso do celular pelas pessoas. Dessa forma, os criminosos têm acesso ao celular já desblo­queado e, a partir daí, realizam pesquisas no aparelho buscando por senhas eventu­almente armazenadas pelos próprios usuários em aplica­tivos e sites. De posse dessas informações, tentam ingressar no aplicativo do banco.

“O que a gente percebeu é que o ladrão rouba o celular, ele está aberto e o ladrão procura se há algum lugar que tem alguma senha ou credencial. Não posso afirmar que foi esse o caso, mas é uma prá­tica que a gente orienta a não fazer, mas reitero que os ca­nais digitais são extremamen­te seguros, essa preocupação é constante nesse segmento”, destacou Rodrigo Mulinari, diretor setorial de Tecnologia e Automação Bancária da Febraban.

Procon notifica bancos
A Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor São Paulo (Procon-SP) notificou dez bancos e três associações do setor financeiro para que mostrem não existirem falhas na segurança dos aplicativos (apps) das instituições.

Fake News: Banco Central nega possibilidade de golpe com Pix agendado
Previsto para tornar-se obrigatório a todas as instituições financeiras a partir de 1º de setembro, o Pix agendado é seguro e não permite brechas para golpe, segundo o Banco Central (BC). O órgão reagiu a boatos que circulam nas redes sociais de que criminosos poderiam usar a opção de agendamento para aplicarem golpes.

Segundo mensagens compar­tilhadas na internet, correntis­tas estariam recebendo notifi­cações de Pix agendado de um desconhecido. Em seguida, o autor da mensagem entra em contato com o destinatário dizendo que a transferência foi feita por engano e pede a devolução do dinheiro. Em se­guida, o golpista cancelaria o agendamento inicial, fazendo a vítima ficar no prejuízo.

De acordo com o BC, essa descrição não passa de boato porque esse formato de golpe não pode ser executado. O recebedor de um Pix agendado só recebe a notificação quan­do o dinheiro cai na conta, não no momento do agendamento. Além disso, um agendamento pode ser cancelado a qualquer momento. Dessa forma, em caso de engano, o próprio autor do pagamento pode desfazer a transação sem o conhecimento do destinatário.

Segundo o BC, não existe a possibilidade de a vítima receber uma notificação de um dinheiro que não caiu na conta. O órgão ressalta que as notificações relativas ao Pix são recebidas apenas por meio do aplicativo da ins­tituição financeira, não por meio de SMS ou de aplicati­vos de mensagens.

Rastreamento
Para destacar a confiabilida­de do Pix, o BC informa que todas as operações são ras­treáveis e que o novo sistema de pagamentos instantâneos permite a localização fácil dos donos das contas de ori­gem e de destino de qualquer transação, mediante autori­zação judicial.

A função agendamento do Pix está disponível desde o lançamento da ferramenta, em novembro do ano passado. No entanto, até agora o recurso é facultativo e nem todas as ins­tituições financeiras oferecem a opção.

Desde 1º de julho, empresas e prestadores de serviço podem fornecer um código QR (versão avançada do código de barras) com data futura de vencimento no Pix Cobrança, modalidade do Pix que substitui os boletos bancários. A partir de 1º de setembro, as instituições financeiras deverão oferecer a opção de agendamento a todos os correntistas – pes­soas físicas e jurídicas – que usam o Pix.

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