Em razão da pandemia de covid-19, muitos estados e munícipios brasileiros revogaram seus pontos facultativos e cancelaram suas festas e desfiles de carnaval. Cidades em que a festa popular é uma forte mola propulsora do turismo, como Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo, o reinado de Momo foi cancelado nos moldes tradicionais. Em Ribeirão Preto, que já não tinha seus blocos e desfile de rua em anos anteriores, o feriado entra em modo ‘adormecido’.
O prefeito Duarte Nogueira (PSDB) e o Comitê Técnico de Contingenciamento do Coronavírus decidiram colocar a cidade em estado de “dormência” para evitar uma taxa elevada de deslocamento das pessoas.
Nogueira reafirmou que durante o feriado a Fiscalização Geral da prefeitura, a Guarda Civil Metropolitana (CGM) e a Polícia Militar estarão atuando no combate as festas clandestinas. Não há nenhum tipo de atividade carnavalesca previsto na cidade.
Comércio
Segundo a Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto (ACIRP) o Carnaval será considerado dia normal de trabalho para o comércio, ficando o funcionamento ou não das lojas a critério das empresas. A entidade diz que a abertura nesta segunda-feira (15) e terça-feira (16) é permitida pelas regras da Fase Laranja do Plano São Paulo, mas é preciso seguir o horário de funcionamento máximo de 8h por dia, dentro do período entre 6h e 20h.
As repartições públicas municipais estarão fechadas, com retorno às atividades na quinta-feira (18). Já os bancos param na segunda e terça (dias 15 e 16) e reabrem na quarta-feira (17), a partir do meio dia.
Estado
O governador João Dória suspendeu o ponto facultativo e as escolas estaduais funcionarão. A realização das aulas presenciais durante o Carnaval foi confirmada pela secretaria estadual da Educação. De acordo com o Censo da Educação, em Ribeirão Preto estão matriculados 50 mil estudantes nas escolas estaduais. As aulas têm acontecido, mesmo com a greve sanitária convocada pela Apeoesp (Sindicato dos Professores). Segundo a entidade, apenas 15% dos profissionais aderiram à paralisação.
Na última segunda-feira (8), o governador João Doria (PSDB) reforçou a suspensão do ponto facultativo do Carnaval 2021 nas repartições públicas do Estado de São Paulo. “Só teremos Carnaval em 2022. Nada de festas e aglomerações. Estamos indo bem, então nos ajudem a continuar indo bem”, disse o governador.
Rio de Janeiro proíbe blocos e concentrações de pessoas
A prefeitura do Rio de Janeiro publicou um decreto que proíbe a concentração e desfile de blocos e escolas de samba na cidade no período de 12 a 22 de fevereiro deste ano. O objetivo da medida é evitar aglomerações durante o período carnavalesco na cidade, devido à pandemia de covid-19.
As escolas de samba e os principais blocos já tinham afirmado que não farão qualquer desfile ou apresentação na cidade do Rio durante o carnaval. A prefeitura também já havia suspendido o ponto facultativo da segunda-feira de carnaval (15), apesar de o feriado de terça-feira (16) estar mantido.
Também está proibida a entrada de ônibus e outros veículos de fretamento na cidade durante esse período. A exceção são aqueles que prestem serviço regular para empresas e hotéis.
Caso haja descumprimento do decreto, a prefeitura poderá apreender bens e equipamentos, como instrumentos musicais e trios elétricos. Também estão previstas multas e interdições de estabelecimentos (caso a apresentação do bloco ocorra em um desses locais). Blocos e outras agremiações que infringirem o decreto também não poderão desfilar no carnaval de 2022.
Em São Paulo
A prefeitura da capital preparou um evento virtual o ‘O Festival Tô Me Guardando’. Serão 380 atividades virtuais, como apresentações de blocos, oficinas, e bate-papos. A programação completa das atrações pode ser vista na página da prefeitura.
Turismo estima perda de R$ 8 bi
Diversos gestores municipais cancelaram o Carnaval por causa da pandemia da Covid-19. O evento envolve diversos setores produtivos dos municípios, como hotelaria, gastronomia e comércio de bebidas, papelaria e acessórios.
O cancelamento das festas vai impactar na vida de aproximadamente 25 mil profissionais, uma vez que essa é a média de empregos temporários gerados.
A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), estima que a não realização dos eventos representa menos R$ 8 bilhões injetados na economia e o encolhimento do turismo receptivo, nacional e internacional. A Associação Brasileira das Operadoras de Turismo indica redução de 75% no faturamento, só nos últimos meses.