Rui Flávio Chúfalo Guião *
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A recente tentativa de assassinato do ex-Presidente dos Estados Unidos Donald Trump, mostra que, de vez em quando, ressurge o espírito regicida entre o povo daquela grande nação.
Quatro de seus presidentes foram mortos durante o exercício do mandato, fato inusitado num país que prega o direito à vida, à liberdade e à busca da felicidade.
O primeiro deles, o mais popular e talvez o melhor presidente, foi Abraham Lincoln. Nascido em família carente do Kentucky, em 1809, tinha mente privilegiada e, autodidata, lia tudo que lhe caía às mãos. Na casa dos vinte anos, começou a estudar direito por conta própria e, em 1836 recebeu autorização oficial para advogar.
Começou sua carreira política sendo eleito para a Câmara dos Deputados de Illinois e chegou à Presidência em 1861. Nela, entre outras medidas extraordinárias, aboliu a escravidão, causando a Guerra Civil americana, pois os estados agrícolas do sul se rebelaram e decretaram a sua separação da União.
Foi morto enquanto assistia a uma peça, no Teatro Ford, na capital Washington. Seu segurança, achando que não haveria problema, afastou-se do teatro para tomar uma bebida, num bar próximo, permitindo que o ator John WilkesBooth o alvejasse com uma pistola, na tentativa de vingar a derrota sulista.
James Garfield, o 20º.presidente americano, também nasceu em família de poucas posses, mas, conseguiu estudar em bons colégios, formando-se professor e advogado.
Teve discreta carreira política, mas, em 1881, por injunções partidárias, elegeu-se para o cargo máximo da nação. No quarto mês de seu mandato, quando se encontrava na Estação Ferroviária de Baltimore e Potomac, em Washington, D.C., foi baleado por Charles Guiteau. Guiteau era um desequilibrado mental, que pretendia ser nomeado embaixador. Como sua fantasia não se realizava, culpava Garfield por isso resolveu matá-lo.
William McKinley, o 25º. Presidente americano, nasceu em Ohio, onde frequentou os mais famosos colégios de então, formando-se advogado pela Faculdade de Direito de Albany, N.Y. Antes de sua graduação, combateu na Guerra Civil Americana, nos exércitos de Lincoln.
Advogou, foi Promotor de Justiça, membro da Câmara de Deputados de Ohio por vários mandatos, Governador do Estado de Ohio e finalmente eleito Presidente.
Em sua gestão os Estados Unidos viveram um rápido crescimento econômico, mas também viram a Guerra Hispano-Americana, que trouxe para o país os territórios das Filipinas, Cuba e Porto Rico. Durante seu mandato, a República do Havaí foi ocupada, tornando-se um território americano.
Durante visita que fazia à Exposição Panamericana de Buffalo,N.Y., em 1901, McKinley foi alvejado pelo anarquista americano, de origem polonesa, Leon Czolgosz, que via no presidente a personalização dos seus problemas pessoais.
O Congresso Americano, depois do assassinato, criou o Serviço Secreto, com o objetivo de proteger o presidente.
Em 22 de novembro de 1963, o mundo, chocado, recebeu a notícia do assassinato do Presidente John Kennedy, na cidade de Dallas, Texas. De uma janela de um depósito de livros, Lee Oswald atingiria mortalmente o mandatário. Representante da juventude na política, primeiro católico a ocupar a presidência, personalidade carismática, inaugurava uma nova era na vida republicana do país. Até hoje, existem dúvidas se a iniciativa foi somente do assassino ou se houve um grande complô para acabar com a vida do presidente.
Além dos quatro presidentes mortos, houve sete tentativas de assassinatos durante o mandato, todos elas frustradas pelo Serviço Secreto.
* Advogado e empresário, é presidente do Conselho da Santa Emília Automóveis e Motos e Secretário-Geral da Academia Ribeirãopretana de Letras