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Região trata 1.500 pacientes de diálise 

Nefrologistas alertam para a prevenção; doença renal crônica compromete estudos, trabalho e renda familiar 

Nefrologistas alertam para a prevenção; doença renal crônica compromete estudos, trabalho e renda familiar (Reprodução/Redes Sociais)
Nefrologista Yussif Ali Mere Jr. aleta para prática de atividade física e visita regular ao médico para realização de exames de rotina: Março Vermelho

A pauta do terceiro mês do ano é a conscientização sobre a saúde renal. Doze de março é o Dia Mundial do Rim e o mês é oficialmente conhecido como Março Vermelho, dedicado à conscientização sobre o câncer renal, que, apesar de menos comum, merece atenção devido à gravidade e impacto na saúde pública. 
 
Cerca de dez milhões de pessoas no Brasil sofrem de Doença Renal Crônica (DRC). Já o câncer renal afeta de sete a dez pessoas a cada 100 mil habitantes, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), sendo mais comum em homens de 50 a 70 anos, mais raro em pessoas de até 45 anos. 
 
O alerta dos especialistas é que o câncer renal e todas as doenças renais, muitas vezes, são assintomáticos, por isso a importância da prevenção com alimentação equilibrada, prática de atividade física e visita regular ao médico para realização de exames de rotina”, alerta o nefrologista Yussif Ali Mere Jr.. 
 
Ele é presidente da Associação Brasileira dos Centros de Diálise e Transplantes (ABCDT) e do Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios de Ribeirão Preto (SindRibeirão). As DRCs podem levar o paciente à diálise ou indicação de transplante renal.  
 
A qualidade de vida é um apelo importantíssimo neste cenário. Tabagismo, obesidade, hipertensão arterial e histórico familiar são condições importantes para o desenvolvimento e agravamento do quadro. O número de internações por DRC no país aumentou de 84.337 em 2010 para 140.648 em 2023, segundo o Ministério da Saúde.  
 
O diagnóstico precoce é crucial para o sucesso do tratamento, que pode envolver cirurgia para remoção parcial ou total do rim afetado, além de terapias complementares, como imunoterapia e medicamentos. Avanços recentes no tratamento têm melhorado a qualidade de vida e taxas de sobrevida dos pacientes. 
 
Maria Fernanda Ali Mere, nefrologista da Clínica Lund, comenta que a diálise ainda vem acompanhada de restrição ou perda de trabalho que compromete a renda familiar, além de outras dificuldades como o estudo, viagens etc. 
 
Cerca de 800 pacientes fazem diálise em Ribeirão Preto. Na região, são aproximadamente 1.500 pessoas. A média nacional de aumento de pessoas que precisam de diálise é de cerca de 8% ao ano. A diálise é um tratamento que substitui de forma artificial e parcialmente as funções dos rins para remover resíduos e líquidos em excesso do sangue. 
 
O Brasil registra cerca de 50 mil mortes precoces por ano em decorrência de doenças renais crônicas. No mundo, 10% da população (850 milhões de pessoas) têm alguma DRC, segundo a World Kidney Day, uma organização internacional sem fins lucrativos. 
 
“E nos perguntamos quantas dessas pessoas estariam no trabalho, na escola ou nas suas famílias hoje com qualidade de vida se tivessem informação e condições para prevenção”, questiona o presidente da ABCDT. O Março Vermelho objetiva a detecção precoce das DRCs e redução da mortalidade associada à doença, reforçando a educação para a saúde renal para rever o quadro de mortes precoces por doenças renais crônicas. 
 
“A educação é sempre o ponto inicial para a qualidade de vida e prevenção de doenças. Isso levaria a um alívio nos sistemas de saúde público e suplementar permitindo melhor assistência às populações, evitando, inclusive, os efeitos devastadores do negacionismo e multiplicação de fake news. É nosso papel, como profissionais de saúde, educadores, pais, gestores de toda e qualquer organização falar sobre saúde”, finaliza o nefrologista. 

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