A Defesa Civil retomou o alerta de uma forte onda de calor, com índices críticos de umidade relativa do ar para os próximos dias no estado de São Paulo. Até sábado, 19 de novembro, serão registradas máximas entre 35 graus Celsius e 40ºC nas regiões de Ribeirão Preto, Barretos e Franca, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
Na quarta-feira (16), Ribeirão Preto completou 100 dias sem chuva. A primavera começa no dia 22 e este já é um dos invernos mais secos em Ribeirão Preto. A média de chuva na cidade durante a estação é de 65 milímetros, e até agora choveu menos de quatro milímetros.
Na tarde do dia 10, a cidade registrou 38ºC, a temperatura mais elevada do ano, registrada em pleno inverno. O jeito foi apelar para água e sorvete, além de ventiladores e ambientes com ar-condicionado. A Lagoa do Saibro, na Zona Leste de Ribeirão Preto, área de recarga do Aquífero Guarani, secou com a onda de calor que atinge todo o interior paulista.
De acordo com o Climatempo, esta quinta-feira (17) foi de mais calor e seca, com a temperatura entre 20º e 37ºC e a umidade relativa do ar oscilando entre 15% e 39%. Para esta sexta-feira (18), a previsão é de mais calor intenso, entre 20º e 38ºC e umidade entre 13% e 35%, sem possibilidade de chuva.
No sábado (19), segundo o site, os termômetros vão marcar entre 21º e 36ºC, com a umidade do ar variando de 13% a 43%, sem possibilidade de chuva, que antes era de 90%. A água deve chegar no domingo (20), quando a temperatura vai oscilar entre 17ºC e 33ºC, com 67% de possibilidade de chuva (cinco milímetros) e umidade entre 25% e 74%.
Na segunda-feira (21), deve chover mais dez milímetros (90% de chance), com os termômetros marcando entre 19ºC e 29ºC e a umidade entre 41% e 90%. Diante dos dias mais quentes registrados desde o início do mês, a Defesa Civil Estadual emitiu um alerta de risco de temperaturas elevadas, baixa umidade relativa do ar e sensação de calor intenso no estado de São Paulo durante esta semana.
A umidade relativa do ar ideal é de 60%, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). Abaixo de 30% o município entra em estado de atenção e quando o índice é inferior a 20% a situação é de alerta. Abaixo de 12% já é considerado um caso de emergência.
Fumaça
Imagens de satélite feitas na terça-feira evidenciaram focos de calor – indicativo de queimadas – em diversos pontos do Estado de São Paulo. Estes focos aumentaram desde o início de setembro. Apenas no dia 13, pelo monitoramento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), foram contabilizados 538 focos de calor.
No período de 1º a 14 de setembro, São Paulo teve 1.520 focos de calor, quase o dobro do que foi registrado durante todo o mês de setembro de 2019. De acordo com informações do Climatempo, durante a quinta-feira, a chegada da frente fria ao litoral paulista vai mudar o fluxo de ventos no centro-sul do Brasil, direcionando no sentido de Mato Grosso do Sul para São Paulo.
Isso vai fazer com que parte da fumaça do Pantanal seja transportada para as cidades paulistas. O aumento da cobertura de fumaça vai favorecer a maior interação deste material particulado com a luz do sol, aumentando a chance de haver aqueles tons alaranjados ou avermelhados no céu.
Dependendo da quantidade de fumaça que for transportada na quinta ou sexta para o Estado, não se deve descartar a chance de repetição do fenômeno da “chuva negra”, semelhante ao que se viu em algumas cidades do Rio Grande do Sul no fim de semana passado, e também como a capital paulista registrou no ano passado, em 19 de agosto.