Será lançado nesta terça-feira, 19 de junho, aniversário de 162 anos da cidade, o último livro do jornalista e historiador Nicola Tornatore, que morreu na sexta-feira (15) vítima de enfarte. Ele era editor do caderno de “Política” deste Tribuna. “RMRP – A história da Região Metropolitana de Ribeirão Preto” (Editora Corpo 12) é a nona obra do escritor. O editor Renato Castanhari e o filho de Tornatore, Hugo, decidiram manter o evento para homenageá-lo.
O prefácio é assinado pelo prefeito Duarte Nogueira Júnior (PSDB). Nona obra do autor, sendo a sexta que aborda os primórdios de Ribeirão Preto e das cidades da região, o livro “RMRP” terá lançamento e abertura de exposição de fotos e objetos a partir das 19h30, no Novo Shopping (avenida Presidente Kennedy nº 1.500, Ribeirânia, Zona Sul).
O livro é divido em duas partes. Na primeira, Tornatore conta como surgiram os 34 municípios que compõem a RMRP e o porquê de seus nomes. “A exemplo do que ocorreu em Ribeirão Preto, a maioria das cidades surgiram a partir da religiosidade dos pioneiros ocupantes, que doaram parte de suas terras para a Igreja Católica”, explica o autor em sua obra.
“Quando a doação atingia um valor mínimo estabelecido pela igreja, era possível erguer uma capela dedicada ao santo de devoção escolhido pelos pioneiros. Vários municípios da região nasceram a partir do arraial surgido no entorno dessas capelas”, diz.
Vários outros municípios têm sua origem diretamente ligada à expansão ferroviária que ocorreu na segunda metade do século XIX por causa do avanço da lavoura cafeeira. “Cidades como Brodowski e Guariba, por exemplo, surgiram ao redor de estações ferroviárias da Companhia de Estradas de Ferro Mogiana”, narra Tornatore.
O livro também revela o motivo dos nomes das 34 cidades da RMRP. “Muita gente não sabe, mas Guatapará é uma espécie de veado, enquanto Guariba é uma espécie de macaco”, revela. Muitos nomes de cidades vem da língua tupi guarani. “Nuporanga quer dizer ‘campos belos’, Taiúva vem do tupi ‘Itayúva’, que significa ‘fruta ou árvore do leite amarelo’, enquanto Tambaú, ou ‘tambá’y’ em tupi, quer dizer ‘rio das conchas’”, explica.
No livro, Tornatore conta que há inúmeras curiosidades relacionadas aos primórdios dos municípios da RMRP. “Santa Rosa de Viterbo deve seu nome à malandragem de um mascate, que vendeu uma imagem dessa santa como se fosse de Nossa Senhora Aparecida. Já Jardinópolis é uma homenagem a Antônio da Silva Jardim, que morreu ao cair na cratera do vulcão Vesúvio, na Itália”, informa.
Na segunda parte, o livro “RMRP” resgata a história da formação da Região Metropolitana. “A primeira vez que se cogitou Ribeirão Preto como um polo regional foi na distante década de 1950, na gestão do então prefeito Costábile Romano. Já a primeira tentativa oficial de criação da RMRP ocorreu em 1973, quando o então deputado federal Alfeu Gasparini, irmão do hoje deputado estadual Welson Gasparini, apresentou na Câmara, em Brasília, projeto de implantação de uma região metropolitana com 70 municípios, chegava até a divisa com o estado de Minas Gerais”, explica.
O lançamento do livro “RMRP”, que tem patrocínio do Novo Shopping, Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto (Acirp) e Construtora Pacaembu, terá ainda a abertura de uma exposição de 44 painéis fotográficos. As fotos, selecionadas em meio às mais de 700 imagens digitalizadas do acervo do autor, formam um autêntico painel da história de Ribeirão Preto.
“Várias dessas fotos, coletadas em arquivos de antigas associações de classe, nunca foram exibidas, sequer foram publicadas na imprensa”, informa. A exposição também terá flâmulas originais da Festa do Centenário, ocorrida em junho de 1956, entre outras peças/objetos que contam um pouco da história da aniversariante Ribeirão Preto.