Dezenove cidades da região de Ribeirão Preto contabilizam 185 casos confirmados de coronavírus, causador de covid-19, e oito óbitos. As vítimas são sete homens e uma mulher. Sete delas tinham comorbidades – fatores que podem provocar outra doença ou o agravamento do quadro quando da infecção pelo vírus. A vítima mais jovem é um farmacêutico de 36 anos que faleceu no Hospital das Clínicas, em 26 de março.
Ele já estava internado com mieloma múltiplo, neoplasia óssea e insuficiência renal. A mais velha é uma senhora de 89 anos que morreu sábado, 4 de abril, num hospital público da metrópole. A paciente tinha doença neurológica crônica. Dentre as vítimas fatais da covid-19, apenas um engenheiro agrônomo de 76 anos, que foi atendido em hospital privado de Ribeirão Preto, não tinha doença crônica notificada.
Os outros óbitos são de um homem de 57 anos com diabetes e doença cardiovascular crônica, atendido em um hospital público da metrópole, de um homem de 87 anos em Cravinhos, de um senhor de 62 anos em Sertãozinho e dois em Jaboticabal. O primeiro foi de um homem de 65 anos que tinha doença crônica. O outro foi confirmado nesta quarta-feira, dia 8. Um senhor de 72 anos morreu no sábado (4) após dois dias de internação.
A morte ainda não consta no balanço do governo estadual, enviado no início da tarde, e do Ministério da Saúde. Segundo a prefeitura, o idoso possuía cardiopatia e diabetes. O exame que confirmou a presença do novo coronavírus no organismo do homem foi feito por laboratório particular credenciado. Vários casos e óbitos ainda não constam nos balanços do Secretaria Estadual de Saúde e no Ministério da Saúde – nem todas as notificações das secretarias municipais já foram contabilizadas.
Os 185 pacientes são de Ribeirão Preto (122), Jaboticabal (15), Barretos (dez), Sertãozinho (sete), Cravinhos (seis), Franca (cinco), Bebedouro (quatro), Orlândia (dois), Batatais (dois), Jardinópolis (dois), Pontal (dois), Monte Alto (um), São Joaquim da Barra (um), Brodowski (um), Morro Agudo (um), Santo Antônio da Alegria (um), Serrana (um), Terra Roxa (um) e Taiúva (um).
Mais de 1.900 Municípios já decretaram calamidade ou emergência em saúde pública por conta do novo coronavírus (covid-19), revela a pesquisa feita pela Confederação Nacional de Municípios (CNM). O estudo realizado pela CNM atingiu 2.601 cidades (46,71% do total), até a data de 31 de março. Desses, 1.607 (62,0%) responderam que não registraram nenhum caso (suspeito e/ou confirmado) do novo coronavírus e 986 (38%) responderam positivamente.
A entidade, ao perceber a gravidade dessa crise sanitária, adotou ações para identificar como os municípios estão se organizando para enfrentar essa situação e como o vírus está se disseminando nas cidades brasileiras. Para isso, no dia 18 março iniciou a aplicação de uma pesquisa permanente, ou seja, a coleta de dados continuará ocorrendo até o momento que a transmissão do coronavírus estiver controlada no Brasil.
Segundo a CNM, 2.574 municípios foram questionados, e 2.019 (78,4%) responderam que já têm Plano Municipal de Contingência e 555 (21,6%) afirmaram que não elaboraram as medidas. A entidade pretende publicar boletins semanais da pesquisa, mapeando a situação no Brasil e possibilitando que os gestores municipais utilizem como uma ferramenta para a avaliação e o planejamento das ações de enfrentamento a covid-19.
O estudo apresenta também algumas preocupações como a ausência ou insuficiência de rede de atenção à saúde aos pacientes acometidos pela Covid-19. Apenas 10,6% dos municípios entrevistados informaram possuir uma rede de atenção à saúde estruturada para enfrentar uma possível epidemia pelo coronavírus.