O mercado de imóveis usados da região de Ribeirão Preto reverteu uma queda de 46,13% em janeiro sobre dezembro para uma alta de 85,59% nas vendas em fevereiro, devido aos financiamentos bancários que cresceram de 21,43% para 52% na passagem do primeiro para o segundo mês do ano. A conta considera o total de casas e apartamentos vendidos.
Em dezembro, quando os empréstimos bancários responderam por 83,33% das vendas, o crescimento foi de 115,46% sobre novembro. Os números foram apurados em pesquisas feitas pelo Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo (CreciSP). Em fevereiro, o levantamento constatou que as vendas com pagamento à vista, parceladas pelos proprietários e por consórcios totalizaram 48% do total.
Abaixo, portanto, dos 52% financiadas por bancos. Em janeiro, essas três modalidades atingiram 78,57%, mais de três vezes o volume financiado por bancos. Em dezembro, a participação dos bancos foi de 83,33% e a das demais modalidades, de 16,67%.
“Nesses três meses ficou evidente a importância do financiamento para o mercado de imóveis usados, que é ainda mais dependente do crédito que o de imóveis novos pois o comprador age isoladamente e não tem o poder de barganha dos incorporadores e construtores”, afirma José Augusto Viana Neto presidente do CreciSP.
“A boa notícia, pelo menos até agora, é que os bancos não anunciaram aumentos das taxas de juros depois da elevação da Selic de 10,5% para 11,75% e é melhor mesmo que não o façam porque os juros nos níveis que estão, na média de 9% ou pouco mais, já tornam inviável a prestação do financiamento para a maioria dos que desejam comprar sua casa própria”, acrescenta.
Nesse contexto, o presidente do CreciSP vê como positiva a decisão da Caixa Econômica Federal de reduzir a taxa de financiamento imobiliário na linha atrelada à poupança. A partir da segunda-feira, 28 de março, segundo o presidente do banco, Pedro Guimarães, a taxa de 2,95% ao ano caiu para 2,8%, mais o rendimento da poupança e TR (taxa de referência).
Com o atual rendimento da aplicação, isso equivale a uma taxa final de 8,97%, acrescida da TR. “É pouco, mas é uma sinalização para todos os bancos e para todos os potenciais compradores que devem, sempre, pesquisar taxas e condições antes de fechar contrato”, ressalta Viana Neto.
Mais vendidos por R$ 300 mil
A pesquisa de fevereiro com 43 imobiliárias e corretores de Ribeirão Preto e outras sete cidades da região apurou que 66,67% dos imóveis vendidos custaram aos compradores até R$ 300 mil e se dividem entre casas (52,94%) e apartamentos (47,06%).
Esses imóveis são na maioria do padrão construtivo médio (61,11%) e estão localizados em bairros de periferia (52,63%), de regiões nobres (42,11%) e de áreas centrais das cidades (5,26%). As casas têm três dormitórios (60% delas) ou dois (30%), duas vagas de garagem (70%) ou uma (30%) e área útil que varia de 101 a 200 metros quadrados (50%), de 51 a 100 m² (40%) e até 50 m² (10%).
Os apartamentos mais vendidos foram os de dois dormitórios (62,5%), e os de um, três e quatro dormitórios tiveram participação igual, de 12,5% no conjunto das vendas. Metade dos imóveis tem área útil de até 50 metros quadrados, 37,5% têm de 51 a 100 m² e 12,5% deles, de 101 a 200 m². Contam com uma vaga de garagem 75%, com duas, 12,5% e com três, também 12,5%.
Locação residencial cai 62,5%
A locação de imóveis residenciais caiu 62,5% em fevereiro comparada a janeiro na região de Ribeirão Preto e foi marcada por um fato singular, segundo a pesquisa feita pelo CreciSP com 43 imobiliárias e corretores – foram alugados apenas apartamentos. Todos os novos inquilinos que assinaram contrato no mês pagarão aluguel mensal de até R$ 1.500 por apartamentos.
Esses imóveis estão localizados em bairros de periferia das oito cidades pesquisadas e são do padrão construtivo médio. Os apartamentos têm dois ou três dormitórios (50% cada), contam com uma vaga de garagem e têm área útil que varia de 51 a 100 metros quadrados. A pesquisa CreciSP foi feita nas cidades de Brodowski, Jaboticabal, Mococa, Monte Alto, Morro Agudo, Orlândia, Ribeirão Preto e São Simão.