Tribuna Ribeirão
Saúde

REGIÃO – Câncer de mama lidera internações

O câncer de mama é a doença que mais provocou internações pelo Sistema Único de Saúde (SUS) na região de Ribeirão Preto, entre 2008 e 2017, como mostra o Boletim Saúde de Maio do Centro de Pesquisa em Economia Re­gional (Ceper) da Fundação para Pesquisa e Desenvolvimento da Administração, Contabilidade e Economia (Fundace). De um total de 13.489 internações reali­zadas pelo SUS em decorrência de tumores, 41,5% foram devido à neoplasia maligna da mama, aproximadamente 5.600.

Em dez anos, a média de pa­cientes internados com câncer na área do Departamento Regional de Saúde (DRS-13) – composta por Ribeirão Preto e mais 25 ci­dades – é de 1.348 por ano, 112 por mês e quase quatro por dia. A incidência de casos de internação por neoplasia maligna da mama chega a 560 por ano, 46 por mês e mais de um por dia.

Consequentemente, o câncer de mama também é o que mais gera custos para o sistema públi­co de saúde. Durante os dez anos analisados, 48% do total gasto (mais de R$ 7 milhões) com in­ternações decorrentes de tumores malignos – mais de R$ 15 milhões – foram por causa de tumores de mamas. De acordo com a Organi­zação Mundial da Saúde (OMS), esse tipo de câncer é o mais fre­quente entre as mulheres, repre­sentando 22% do total de novos casos de câncer no mundo.

Dando sequência à série de es­tudos sobre a realidade dos servi­ços de saúde na região de saúde de Ribeirão Preto, o Boletim de Maio trata sobre neoplasias. Foram ava­liados dados de dez anos (de 2008 a 2017) relacionados aos tumores malignos e benignos que afetam somente ou predominantemente as mulheres, como o de mama, colo do útero e ovário.

A base de dados reúne in­formações do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde do Brasil (DataSUS), do Sis­tema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS) e do Sistema de Informações sobre Mortalida­de (SIM). No período avaliado, foram 5.599 internações decor­rentes do câncer de mama, sendo 49 pacientes do sexo masculino e 5.550 do feminino. As mulheres de 40 a 69 anos são as mais afetadas pela doença e representam mais de 69% do total das internações.

Dentre as cidades analisa­das no estudo, chamam atenção Altinópolis, Cajuru, Cássia dos Coqueiros e Santa Cruz da Espe­rança. Nesses municípios, a cada mil mulheres residentes, aproxi­madamente três foram afetadas e precisaram ser internadas em de­corrência de tumores relacionados à saúde da mulher.

Outro aspecto que chama atenção na pesquisa em relação ao câncer de mama é que apesar de a doença acometer principal­mente mulheres acima dos 40 anos, ela também pode surgir em mulheres jovens e homens. No período avaliado, houve 49 internações decorrentes do cân­cer de mama em homens e 789 em mulheres de 10 a 39 anos.

Mortes – O levantamento também analisa a mortalidade das pacientes com câncer e no­vamente o tumor de mama apa­rece em primeiro lugar da lista. Ele é o que mais leva mulheres a óbito na região de Ribeirão Preto (37% do total das mortes decor­rentes de tumores malignos) se­guido pelo câncer de pulmões e brônquios (30%).

Cabe ressaltar aqui que o cân­cer de mama pode ser diagnosti­cado precocemente com exames constantes e acompanhamento da saúde da mulher, enquanto os cânceres de pulmão, em 90% dos casos, são decorrentes de maus hábitos, como o tabagismo, segun­do dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), que recomen­da ainda medidas de prevenção como não fumar e que mulheres entre 25 e 64 anos façam exames ginecológicos com regularidade.

Nos dez anos estudados, ocorreram 73.745 casos de tu­mores, incluindo homens e mu­lheres – 7.374 por ano, 614 por mês e média diária superior a um (1,7). Destes, 35.368 são em homens e 38.377 em mulheres, o que representa 48% e 52% res­pectivamente. No mesmo perí­odo também foram registrados 4.635 óbitos – média anual de 463, mensal de 38 e diária supe­rior a um –, sendo 2.546 homens (55%) e 2.089 mulheres (45%).

Estes números representam uma inversão de expectativas, pois os menos acometidos pelas enfermidades são os que mais morrem. “Tal ocorrência pode ser justificada pelo fato de que as mulheres cuidam mais da pró­pria saúde, vão mais ao médico e seguem o tratamento com mais disciplina que os homens. O fato de irem mais ao médico ajuda na descoberta da doença ainda no início, o que é imprescindível para a maior eficácia do trata­mento” avalia o pesquisador do Ceper e coordenador do Boletim Saúde, André Lucirton Costa.

No estudo, Ribeirão Preto se destaca no índice de óbitos decor­rentes de tumores relacionados à saúde da mulher. Por ano, foram registradas 5,44 mortes para um grupo de dez mil mulheres. Na maior parte das cidades ana­lisadas, este índice fica entre zero e duas mortes. “A grande discrepância acontece pela con­centração dos tratamentos em Ribeirão Preto, que é referência no atendimento de casos de alta complexidade e, portanto, natu­ralmente atrai os casos mais gra­ves”, explica André Costa.

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