O prefeito Duarte Nogueira Júnior (PSDB) e os secretários Edmilson Domingues (Turismo) e Isabella Pessotti (Cultura) anunciaram na manhã desta quarta-feira, 4 de julho, o cronograma da reforma do Teatro de Arena Jaime Zeiger, um dos cartões postais de Ribeirão Preto, no Morro do São Bento. O Ministério do Turismo empenhou verba de R$ 850 mil paras as obras, mas vai repassar R$ 768,2 mil – a prefeitura entra com contrapartida de R$ 7,76 mil, totalizando R$ 775,96 mil.
O contrato com a Caixa Econômica Federal para viabilizar o repasse foi assinado na manhã de ontem pelo prefeito de Duarte Nogueira e o superintendente regional do banco estatal, Demerval Prado Júnior, no Teatro de Arena. A previsão é de que os trabalhos tenham início no início de 2019, depois do lançamento do processo licitatório. O dinheiro será usado para as obras de revitalização e modernização do espaço cultural, que nos últimos anos foi alvo de depredação e furtos. Recentemente, voltou a receber eventos, como a final do concurso de bandas do Festival João Rock.
A verba será liberada graças à intervenção do deputado federal Baleia Rossi (MDB-SP). Ele esteve reunido com o ministro Vinicius Lummertz e foi informado sobre o empenho de R$ 850 mil. A verba será liberada atendendo a um pedido feito pelo vereador Alessandro Maraca (MDB), que era secretário municipal da Cultura quando ocorreu a última grande reforma no Teatro de Arena, em 2014. O emedebista participou da solenidade de ontem.
“Faremos o necessário para colocar o Teatro de Arena novamente em funcionamento, como palco de atividades artísticas e culturais”, diz o prefeito. O processo licitatório deve ser aberto após a conclusão do projeto executivo. De acordo com Nogueira, os recursos serão aplicados na recuperação e na reposição da fiação elétrica e dos equipamentos hidráulicos, na substituição e na renovação do elevador para atendimento da acessibilidade, sistema de câmera de circuito fechado para monitoramento e segurança, revitalização e modernização do espaço.
Alvo de uma reforma de R$ 1,3 milhão entre 2012 e 2013, o Teatro de Arena foi vítima de inúmeros furtos de fiação elétrica e acabou interditado em agosto de 2016. Nesse período, até o elevador destinado para pessoas com necessidades especiais foi furtado. Vândalos também levaram torneiras, maçanetas, mobiliário, peças de louça e até o painel de controle da energia elétrica. Depois da reforma, o local foi aberto ao público em 2014, quando contou com 27 apresentações diversas. O mesmo aconteceu no ano posterior, quando foi fechado. A reabertura aconteceu quando Maraca ocupava o cargo de secretário de Cultura.
O Teatro de Arena vai completar 50 anos em 2019. Foi inaugurado em 1969, idealizado e construído por Jaime Zeiger numa meia-encosta, em uma área de aproximadamente seis mil metros quadrados. Zeiger realizou pesquisas em vários países da Europa e Oriente Médio para a escolha do local ideal: topografia que favoreceria a qualidade acústica do teatro.
Foi o primeiro teatro de arena construído no interior do Estado de São Paulo. A peça “Antígona” (de Sófacles) foi o primeiro espetáculo teatral apresentado no espaço cultural. Em 1980, o local ganhou o nome de seu idealizador, Jaime Zeiger. Em 1986, 17 anos depois da abertura, passou pela primeira grande reforma. O espaço foi reinaugurado um ano depois, em 1987, com show de Jorge Mautner e Nelson Jacobina.
Também já passaram pelo palco do Arena nomes como Gilberto Gil, Vinicius de Morais, João Gilberto, Novos Baianos, Cartola e Os Mutantes. O último nome de peso a se apresentar no local foi Paulinho da Viola, em 2015. A arquibancada do Arena possui 15 degraus e abriga duas mil pessoas sentadas. Até a reforma em 2013, o palco era cercado por um fosso d’água. Após a intervenção, o local foi preenchido com pedras brancas.