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Recuperação do Solar Supermercados é aprovada

Plano de recuperação judicial foi aprovado na tarde de terça-feira, 30 de julho, em assembleia geral realizada em Santa Rosa de Viterbo 

A loja Alma Júlia em Ribeirão Preto foi inaugurada em 24 de fevereiro de 2023, na avenida Professor João Fiúsa, em uma área de 15,9 mil metros quadrados (Alfredo Risk)

Em assembleia geral de credores, realizada na tarde da última terça-feira, 30 de julho, em Santa Rosa do Viterbo, na Região Metropolitana de Ribeirão Preto, foi aprovado o plano de recuperação judicial do Grupo Solar Supermercados (Mara Edith Lourenço e Cia Ltda.). A rede supermercadista teve o processamento de seu segundo pedido de recuperação judicial deferido pela Justiça no dia 5 de outubro do ano passado.  
 
O total da dívida reestruturada pelo plano foi de R$ 83,6 milhões, de acordo com a segunda listagem da administradora judicial – Laspro Consultores. O projeto foi elaborado pela Triunfae, consultoria especializada em turnaround e reestruturação, que assessora o Grupo Solar na reestruturação de seu endividamento e adequação de sua estrutura de capital.  
 
Com a aprovação, a rede segue com suas atividades. São mais de 300 empregos diretos e 150 indiretos em cinco unidades em Santa Rosa do Viterbo, Santa Cruz das Palmeiras, São José do Rio Pardo e Ribeirão Preto. O Solar nasceu em 1996, a partir de um pequeno açougue em Tambaú, cujos fundadores foram a família Lourenço, atualmente composta por Mara Lourenço e Mirian Lourenço.   
 
Os créditos trabalhistas (Classe I) que integram a lista de credores serão pagos em até doze meses contados da publicação da homologação judicial do plano.  Já o credor com garantia real (Classe II), será pago em sua integralidade conforme valor nominal relacionado na lista de credores, em um prazo de 10 anos, acrescido de juros e correção monetária.  
 
O pagamento dos credores quirografários (Classe III) e microempresas e empresas de pequeno porte (Classe IV), serão pagos no montante equivalente de 15% sobre o respectivo valor nominal relacionado na lista de credores, em um prazo de 15 anos, acrescido de juros e correção monetária.  
 
A exceção é para os credores colaboradores, aqueles que apoiam a empresa em seu processo de reorganização e que, portanto, podem receber em condições diferenciadas, também previstas no plano. A Triunfae assumiu a condução do caso em agosto de 2023, juntamente com o escritório Galdino, Pimenta, Takemi, Ayoub, Salgueiro, Rezende de Almeida Advogados, em meio a uma crise financeira e reputacional sofrida pelo Grupo, após o seu primeiro pedido de recuperação judicial, elaborado por outros assessores, ter sido indeferido pelo juízo.  
 
A partir daquele momento, a consultoria e o escritório de advocacia corrigiram todos os vícios do processo e trouxeram uma injeção de credibilidade frente aos credores, criando um ambiente propício (de transparência e confiança) para sucesso das negociações.  
 
Em agosto do ano passado, o juiz Alexandre Cesar Ribeiro autorizou a rede supermercadista Solar a realizar negociações com os credores. O grupo é formado ainda por um centro de distribuição, dois depósitos de gás e um posto de combustíveis. Na decisão, o magistrado acatou o pedido do Grupo Solar para realizar a mediação pré-processual com os credores.  
 
O juiz também suspendeu por 60 dias as execuções de títulos extrajudiciais e cumprimentos de sentença que envolva créditos sujeitos à recuperação judicial e a reintegração de posse e alienação fiduciária dos imóveis onde estão instalados estabelecimentos da empresa. 
 
No mês de maio, o mesmo magistrado havia indeferido o pedido de recuperação judicial do Grupo Solar. Na época, também determinou a instauração de inquérito na Polícia Civil para investigar suspeita de fraude para prejudicar credores. Segundo perícia prévia feita e apresentada pela administradora judicial, o endividamento do grupo era de R$ 96.682.907,71 na época.  
 
Na ocasião o grupo recorreu ao Tribunal de Justiça de São Paulo para reverter a decisão, mas, num primeiro momento, o TJSP negou que as execuções judiciais contra a empresa fossem suspensas. A decisão partiu da desembargadora Jane Franco Martins, decisão que foi autorizada posteriormente pela Justiça de Santa Rosa do Viterbo.  
 
Havia a suspeita de que o Grupo Solar tinha se utilizado da recuperação judicial como meio ilícito de obter a redução forçada de obrigações assumidas recentemente para a abertura do Alma Júlia, na Zona Sul de Ribeirão Preto. A loja foi inaugurada em 24 de fevereiro de 2023, na avenida Professor João Fiúsa nº 3.001, em uma área de 15,9 mil metros quadrados. O investimento foi de R$ 61 milhões. 
 

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