A Igreja Matriz de Guariba, conhecida oficialmente como Paróquia São Mateus, foi destruída por um incêndio de grandes proporções na noite de 10 de outubro. Segundo o Corpo de Bombeiros, o fogo teve início no telhado, que estava em reforma, mas as causas ainda são desconhecidas. Ninguém se feriu. Um mês depois, o laudo preliminar, entregue ao padre José Antônio Donizeti Munhoz na semana passada, indica que um curto circuito provocou as chamas. A reconstrução está orçada em R$ 2,5 milhões.
Fieis envolveram-se em campanhas e se uniram bem ações sociais para arrecadar o valor necessário à reconstrução do imóvel histórico. Segundo informações da própria Paróquia São Mateus, os engenheiros responsáveis pela avaliação do prédio concluíram que a fachada e a estrutura na parte de trás da igreja não precisão ser demolidas. No entanto, não há uma definição sobre as paredes laterais. Os peritos terão de retirar o reboco e a tinta para fechar o parecer. Como ainda há muito entulho no local – as equipes de limpeza e voluntários trabalham diariamente na limpeza do átrio.
“Tudo indica que foi um curto circuito que destruiu nossa matriz. Se der para aproveitar as paredes, é óbvio que temos meio caminho andado. Se não, teremos que colocar no chão e começar do zero”, diz o padre José Antônio Donizeti Munhoz. A área de isolamento foi ampliada pela Defesa Civil.
Para conseguir o dinheiro necessário à reconstrução do templo e aquisição do novo mobiliário, a Igreja Católica emitiu boletos, cujos valores de contribuição mensal, pelo período de um ano, variam de R$ 50 a R$ 200. Os carnês estão sendo entregues pelo próprio padre. Ele entende que o valor é alto, mas mesmo assim a adesão é grande. O pároco diz ainda que a contribuição vem de católicos, não-católicos, de outros segmentos da sociedade e de promoções. “
Acima de tudo, a nossa fé e a esperança que não nos decepciona”, diz. Para evitar fraudes e golpes os boletos estão sendo emitidos em nome da paróquia e do doador. A expectativa é arrecadar R$ 200 mil por mês apenas com os carnês. Um empresário do município também doou mil camisetas com a inscrição “Vamos construir a nova casa do pai”, que estão sendo vendidas e a arrecadação revertida para a futura obra, ainda sem prazo para iniciar.
O secretário municipal de Administração, Daniel Louzada, afirma ) que o perito responsável pelo laudo que indicará as causas do incêndio pediu mais uma semana de prazo para entregar o documento. Segundo Louzada, toda a cobertura da paróquia, os móveis e o reboco do prédio foram destruídos pelo incêndio. O prédio segue parcialmente interditado.
A imagem de São José e a Capela do Santíssimo não foram afetadas. Funcionários da prefeitura e da Defesa Civil trabalharam no combate às chamas, com apoio de caminhões-pipa de usinas de açúcar e etanol. Viaturas do Corpo de Bombeiros de Jaboticabal também se deslocaram para o local. Um boletim de ocorrência foi registrado na A Polícia Civil, que também investiga a origem do incêndio.
O incêndio deixou os fiéis abalados. No dia da ocorrência, centenas de moradores visitaram o local e encararam o prédio, com olhos incrédulos. Segundo a Defesa Civil, a igreja foi interditada porque havia risco de desabamento. Apesar do susto, ninguém se feriu.
Construída em 1895, a igreja tornou-se oficialmente Paróquia São Mateus em abril de 1900. Cinco missas eram realizadas por semana no templo, que estava vazio quando as chamas começaram. De acordo com o padre José Antônio Donizeti Munhoz, policiais militares estiveram na casa paroquial para avisar sobre o incêndio de grandes proporções. Equipes dos bombeiros, das usinas e da prefeitura foram deslocadas para o combate ao fogo. Todo o interior da igreja foi queimado e apenas a Capela do Santíssimo e a imagem de São José resistiram às chamas.