João Camargo
A família do adolescente Wesley Pires Alves Filho, que foi visto pela última vez há pouco mais de um ano, quando saiu da casa onde morava com os pais, em Franca, no dia 28 de agosto de 2020, está oferecendo uma recompensa de R$ 100 mil para quem informar alguma pista concreta do paradeiro do garoto. A informação foi confirmada pela própria mãe de Wesley, Camila Pedroso de Oliveira, ao Tribuna.
No entanto, ela ressalta: -“não percam tempo tentando se aproveitar da situação, só receberá quando comprovar onde ele está”. Segundo Camila, não há pistas novas do caso. A última busca feita pela família foi em São Roque de Minas (MG), no dia 6 de setembro, quando recebeu a informação de que havia um menino morando com um homem em uma fazenda daquele município. Camila contou que foi até o endereço, mas não era seu filho que estava lá.
Em agosto, a família ainda recebeu a informação de que o adolescente teria frequentado um quarto de hospital na cidade de Araçatuba (SP). Na oportunidade, Camila foi até a delegacia daquele município e conseguiu acesso às imagens da entidade. No entanto, foi constatado se tratar de outro garoto. “O moço que falou ter visto ele se confundiu. Era muito parecido mesmo, ele não estava errado em me chamar. Um ano depois é muito difícil ter certeza mesmo”, comentou.
Ainda de acordo com a mãe, a Polícia Civil também não tem novas pistas sobre a localização de Wesley. Ela comentou que foi dito que seria feito um retrato envelhecido do filho, porém, essa tratativa ainda não saiu do papel. Camila disse que essa é a última atualização do caso.
“Me pediram fotos minhas, do meu marido e do Wesley. Fui até a delegacia e assinei autorização de uso da imagem para mandarem ao Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP). O investigador disse que o DHPP avisou que teríamos que ir pessoalmente para fazer esse retrato e estou esperando até hoje esse agendamento”, disse.
Até o momento, a investigação já seguiu informações que levaram até diferentes cidades, inclusive, Ribeirão Preto. Neste caso, foi recebida informação de que o garoto teria pedido carona a um motorista de uma van, que o levou de Serrana até Ribeirão Preto, na manhã do dia 9 de setembro de 2020. Pessoas da cidade teriam dito ter visto Wesley em um farol perto do Terminal Rodoviário, porém, nenhum dos relatos se concretizou.
Por meio de nota, a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP) informou que o caso segue em investigação pela Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Franca, que os familiares de Wesley foram ouvidos e que as equipes permanecem em busca de elementos que auxiliem na localização do garoto e esclarecimento dos fatos.
Camila ressaltou que está sendo muito difícil lidar com essa situação e que este é um sentimento inexplicável. “Eu estou em tratamento psicológico e psiquiátrico, tomando remédios para controlar a depressão. Não estou conseguindo trabalhar por conta das reações e tenho bastante tremedeira. É como se já não tivesse sentido a vida e, ao mesmo tempo, tenho que dar conta de tudo, pois tenho duas filhas que precisam de mim. É uma situação muito difícil, só passando pra entender como dar conta disso. Tem dias que acho que não vou aguentar”, comentou a mãe.
No dia que completou um ano do desaparecimento do filho, Camila fez uma publicação nas redes sociais, desabafou e pediu por informações de Wesley. “[…] resolvi escrever pra você que está com ele ou sabe o que realmente aconteceu, só preciso de uma mensagem, algo verdadeiro sobre aquele dia. Eu imploro que me diga e tire esse sofrimento de mim. Um ano sem saber se sente fome ou sede, se sente frio ou sequer está vivo”, escreveu nas redes sociais.