“Me arrependi de ter me metido no sequestro (do irmão) do Zezé Di Camargo e Luciano. A única coisa que me arrependi na televisão até hoje foi isso”, contou.
Segundo ele, não resistiu a se envolver na história pois tinha conhecimento do grupo criminoso: “Como eu era repórter policial, a quadrilha que estava com o irmão deles eu conhecia. Eu sabia que eles iam fazer coisa ruim com o menino. Tinha certeza absoluta que eles iam executar o menino pela fama da família”.
“Na verdade foi medo, me meti por medo. Falei: ‘Vamos pagar esse resgate pra não deixar acontecer nada com o menino, vamos nos juntar'”, relembra o apresentador, que admite: “Era o trabalho da polícia, não era meu. Eu tava errado.”
O sequestro
Em março de 1999, Wellington, irmão dos cantores Zezé Di Camargo e Luciano, estava em cativeiro há quase três meses, em caso que gerou comoção nacional. Ministros como Renan Calheiros (Justiça) e Pimenta da Veiga (Comunicações) chegaram a tentar auxiliar o desfecho do caso.
Quando a família estava prestes a convencer os sequestradores a baixar o valor pedido pelo resgate de 3 milhões de dólares para 300 mil, Ratinho usou seu programa para pedir por uma campanha de arrecadação de fundos para o resgate.
Os autores do sequestro, então, voltaram a estipular valores mais altos, o que deixou Zezé inconformado. Segundo ele, um dos bandidos teria dito que não falaria mais com eles: “Vamos negociar com o Ratinho, que tem um coração melhor que o de vocês ”
“Eu digo que o Ratinho foi infeliz na declaração dele, prejudicando a negociação e fazendo com que os sequestradores realimentassem a esperança de ter aquele dinheiro que já tinham perdido a esperança de receber”, afirmou Zezé na ocasião.
Ratinho, por sua vez, tinha uma postura não tão compreensiva quanto a de hoje: “O meu programa é ao vivo; não sou advogado nem me lembrei que não pode mais esse 0900 [número de telefone para a campanha], senão não teria nem tocado no assunto”.
“Não se pode querer jogar toda essa história do sequestro em cima de um programa de televisão, […] não sequestrei ninguém [ ..] se errei, o erro foi involuntário”, concluía.