Tribuna Ribeirão
Política

Raquel pede que STF transforme Aécio em réu

A procuradora-geral da Re­pública, Raquel Dodge, pediu que o STF (Supremo Tribunal Fede­ral) receba uma denúncia contra o senador Aécio Neves (PSDB­-MG), sua irmã, Andrea Neves, e outras duas pessoas no inquérito que investiga o suposto pagamen­to de propina ao tucano por exe­cutivos da J&F. O pedido consta de uma manifestação anexada na última segunda-feira (26) a um dos inquéritos que tramitam con­tra o senador. Se o STF receber a denúncia, Aécio virará réu.

O advogado de Aécio Ne­ves, Alberto Toron, disse dis­cordar dos argumentos apre­sentados por Dodge e voltou a defender que as provas obtidas e que dão base ao inquérito são ilícitas (veja mais abaixo).

Aécio Neves é alvo do inqué­rito 4506, que apura o pedido de R$ 2 milhões feito pelo tucano ao empresário Joesley Batista, da J&F. O senador nega que o di­nheiro acordado entre ele e Joes­ley se tratasse de propina. Ele diz que o dinheiro foi resultado de um empréstimo firmado entre ele e o empresário.

A conversa em que Aécio agradece a Joesley pelo valor foi gravada pelo executivo e fez parte do material entregue durante seu acordo de delação premiada com a PGR (Procura­doria-Geral da República).

A defesa do tucano havia pedido a anulação do processo alegando, entre outras coisas, que a colaboração premiada da J&F seria ilegal porque não teria ocor­rido de forma “voluntária” por ter contado com a participação do ex-procurador da República Marcelo Miller.

A procuradora rebateu a tese da defesa de Aécio afirmando que a participação do ex-procurador no processo de delação não signi­fica que os executivos da J&F não tenham aderido ao acordo de li­vre e espontânea vontade.

“A circunstância de Marcello Miller […] ter prestado ‘assessoria informal’ aos executivos da J&F, orientando-os acerca das cola­borações premiadas que viriam a celebradas em maio do mesmo ano, não retira de tais colabora­ções a condição de serem mani­festações livres e conscientes de vontade dos colaboradores”, disse a procuradora em seu despacho.

Dodge também rebateu a tese de que a PGR induziu os execu­tivos da J&F a forjarem um “fla­grante provocado” contra Aécio no episódio em que sua irmã, Andrea Neves, pediu R$ 2 mi­lhões a Joesley Batista.

Segundo Dodge, não foi a PGR ou mesmo o ex-procurador Marcelo Miller que induziu Batis­ta a procurar Aécio para lhe ofe­recer dinheiro.

“Deu-se exatamente o con­trário: Joesley Batista foi espon­taneamente procurado, em 18 de fevereiro de 2017, por Andrea Neves da Cunha […] ocasião em que ela lhe solicitou, em favor do seu irmão, o pagamento de R$ 2 milhões”, diz a procuradora.

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