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Queimadas no Pantanal batem recorde em 2020

MAYKE TOSCANO/SECOM/MT

Ao contrário do discurso recente, e errado, do governo Jair Bolsonaro minimizando o número de queimadas no Brasil, os dois biomas mais preservados do país fecha­ram o mês de setembro com altas expressivas no número de focos. O Pantanal – maior planície úmida do mundo, que se estende pelos Estados do Mato Grosso e do Mato Grosso do Sul – apresentou a sétima alta mensal consecuti­va e bateu o recorde do regis­tro histórico para setembro, com 8.106 focos de calor, alta de 180% em relação ao mes­mo mês do ano anterior, que teve 2.887 focos.

Somente na quarta-feira, 30 de setembro, os satélites captaram 682 focos ativos. Em apenas nove meses, o bio­ma também bateu o recorde anual. De acordo com dados do Programa Queimadas, do Instituto Nacional de Pesqui­sas Espaciais (Inpe), entre 1º de janeiro e 30 de setembro, o total de pontos de fogo no Pantanal – 18.259 – já supera em 82% o total de queima­das observado ao longo de todo o ano passado no bioma (10.025).

E é o maior valor obser­vado para o período de um ano desde o início dos re­gistros do Inpe, em 1998. O maior valor até então era o de 2005, com 12.536 focos para doze meses. Em área, as quei­madas já consumiram neste ano cerca de 23% do bioma, segundo estimativas do La­boratório de Aplicações de Satélites Ambientais (Lasa), da UFRJ, compiladas até 27 de setembro. O cálculo aponta que o fogo atingiu até domingo 34.610 quilô­metros quadrados.

O Instituto Centro de Vida (ICV), organização se­diada em Mato Grosso e que tem acompanhado de perto as queimadas no bioma, rela­tou no início da semana que mesmo as primeiras chuvas de setembro ainda não fo­ram capazes de controlar o alastramento dos incêndios no Estado. Segundo o ICV, o fogo segue avançando pelo Parque Estadual Encontro das Águas, maior reduto de onças pintadas do mundo e que já teve 93% de sua área atingida. Outra unidade de conservação afetada foi a Es­tação Ecológica Taiamã, com 27% da área queimada.

Fogo na Amazônia
Na Amazônia, foram 32.017 focos, alta de 60,6% em relação ao mesmo mês do ano passado, que teve 19.925 focos em setembro. É o maior valor desde 2017 para este mês no bioma. Em agosto, ti­nha ocorrido uma leve queda dos focos na Amazônia em comparação com os números do mesmo mês no ano passa­do (29.307 ante 30.900).

As queimas em agosto do ano passado eram as piores desde 2010 e deram início às críticas estrangeiras sobre a falta de atenção do governo federal à região. Foi também quando ocorreu o chamado “Dia do Fogo”, em que pro­prietários de terra do Pará, de modo coordenado, colo­caram fogo em várias regiões simultaneamente, segundo as investigações.

A queda registrada neste ano, porém, pode estar su­bestimada. O Inpe informou que os valores estão meno­res em razão de uma “indis­ponibilidade global de da­dos” na segunda quinzena de agosto do sensor de um dos satélites da Nasa usados para medir as queimadas. Com isso, a expectativa é que o total de focos de ca­lor na Amazônia tenha sido maior que o registrado em agosto, mas as informações ainda não foram atualizadas.

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