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Queimadas e fuligens na vida dos ribeirão-pretanos

ALFREDO RISK

Manhã de sol, clima seco e quintal com fuligens. A si­tuação desagradável vivida em vários bairros de Ribeirão Preto nos remete aos tempos das queimadas da palha da cana-de-açúcar. Mas com a proibição dessa prática, de onde vem tanta sujeira pelo ar? A resposta é simples, de queima de mato em terrenos baldios e em plantações, pro­vocadas propositalmente ou acidentalmente.

Em nota, a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) diz que não teve registrado caso e nem reclamações de queima de pa­lha de cana-de-açúcar. “A cida­de passa por uma temporada de tempo seco e a queima de uma vegetação, como um pe­queno incêndio em área ver­de, pode produzir a fuligem mencionada”, explica.

Extensa área foi queimada durante esta semana em uma área nas proximidades da avenida Afonço Valera, no início do trecho conhecido como Estrada do Castelinho, na Zona Sul.

Um levantamento feito pelo Centro de Operações da CPFL Paulista compro­va. Entre 1º de janeiro e 15 de junho, foram registradas 111 ocorrências em Ribeirão Preto, uma a cada 36 horas. O total de queimadas na ci­dade já representa 56,9% do total do ano passado inteiro, quando foram constatados 195 incêndios.

Na região de Ribeirão Pre­to, segundo a CPFL Paulista, em 167 dias deste ano já são 210 ocorrências em apenas cinco cidades – Ribeirão Pre­to (111), Barretos (44), Monte Alto (26), Colina (16) e Olím­pia (13). O número representa 52,1% do total constatado em 2019 nestes cinco municí­pios, de 403 queimadas.

Em dois anos e meio, as brigadas de incêndio das empresas, usinas e Corpo de Bombeiros já trabalharam para apagar 523 incêndios em Ribeirão Preto, média de 17 por mês, mais de uma a cada dois dias – a cidade tam­bém é a segunda no ranking geral da CPFL Paulista, atrás apenas de Campinas (160 ca­sos neste ano, 305 em 2019 e 230 em 2018). Na região, são 973 queimadas em menos de 30 meses, 32 por mês, mais de uma a cada 24 horas.

Prefeitura diz monitorar principais focos
Ao comentar o assunto a Defesa Civil de Ribeirão Preto informou em nota, que nos períodos de estia­gem, os pontos de maior reincidência de incêndios, indicados por estatísticas do Corpo de Bombeiros, recebem fiscalização re­gularmente. “Os trabalhos são realizados por fiscais da Secretaria do Meio Am­biente, Fiscalização Geral e Guarda Civil Metropolitana (GCM), por meio da Guar­da Ambiental”.

Segundo a Defesa Civil, os locais com maior inci­dência e suscetíveis a incên­dios são: Morro do São Ben­to, avenidas Tomaz Alberto Whately e Maurílio Biagi, Morro da Cidade da Crian­ça, entre outros pontos.

A Secretaria Municipal do Meio Ambiente informou tam­bém que realiza treinamentos de combate a incêndios, além de adoção de medidas de pre­venção físicas (aceiros) e a ins­talação de um hidrante público na praça do mosteiro e outro na Cava do Bosque.

Já o Departamento de Fis­calização Geral afirmou que os incêndios provocados são considerados crime e se for realizado flagrante com identi­ficação do infrator, ele pode res­ponder criminalmente pelo ato.

Moradores de Bonfim acordam com sujeira
A rotina de moradores de parte de Bonfim Paulista tem sido limpar seus quintais diariamen­te. A reclamação é por conta de sujeiras provocadas pela queima de piche em usinas nas imediações da rodovia Antônio Machado Santana.

“É uma situação complicada. A gente liga na Cetesb, na Prefei­tura, mas não foram tomadas providências concretas. Eles produzem durante o dia e a ma­drugada e nossas casas ficam sujas”, disse um morador.

Qualidade do ar não alterou com o fim da queima da cana
O Tribuna publicou em dezembro passado matéria ressaltando uma pesquisa que mostrou que o fim da queima da cana-de-açúcar em 2017 não alterou a qualidade do ar. A expectativa era que houvesse tal melhora. O trabalho do professor Arnaldo Cardoso, do Instituto de Química da Unesp- Universidade Estadual Paulista, mostra que o ar permanece inalterado após uma década. Segundo ele, as concentrações de partículas de aerossol e de ozônio permanecem nos mesmos níveis de antes. Na ocasião a Cetesb indicou “uma ligeira queda de poluentes” nos últimos dez anos. E que alguns fatores influenciam na não melhora significativa da qualidade do ar após o fim das queimadas, como por exemplo, o aumento no uso de carros e ações das indústrias (ver reportagem completa no site do Tribuna: tribunaribeirao.com.br/site/fim-das-queimadas-nao-alterou-qualidade-do-ar/).

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