Tribuna Ribeirão
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Queimada derrubou energia 111 vezes

ALFREDO RISK/ARQUIVO

O tempo seco característico do início do inverno brasileiro traz uma preocupação adicional para distribuidoras e transmis­soras de energia elétrica: o risco de incêndio em terrenos baldios ou áreas rurais sob as redes de distribuição e transmissão. Um levantamento feito pelo Centro de Operações da CPFL Paulista mostra que, entre 1º de janeiro e 15 de junho, foram registradas 111 ocorrências em Ribeirão Preto, uma a cada 36 horas.

O total de queimadas na cidade, aonde a concessionária atende cerca de 310 mil clien­tes – são mais 4,3 milhões de unidades consumidoras em ou­tros 233 municípios do Estado de São Paulo –, já representa 56,9% do total do ano passado inteiro, quando foram consta­tados 195 incêndios. Em 2019, porém, a incidência deste tipo de ocorrência caiu 10,1% na comparação com o período anterior – em 2018, foram 217 casos, 22 a mais.

Na região de Ribeirão Preto, segundo a CPFL Paulista, em 167 dias deste ano já são 210 ocorrências em apenas cinco cidades – Ribeirão Preto (111), Barretos (44), Monte Alto (26), Colina (16) e Olímpia (13). O número representa 52,1% do total constatado em 2019 nestes cinco municípios, de 403 quei­madas, quantidade 11,9% supe­rior e 43 a mais do que os 360 incêndios de 2018.

Em dois anos e meio, as bri­gadas de incêndio das empresas, usinas e Corpo de Bombeiros já trabalharam para apagar 523 incêndios em Ribeirão Preto, média de 17 por mês, mais de uma a cada dois dias – a cidade também é a segunda no ranking geral da CPFL Paulista, atrás apenas de Campinas (160 casos neste ano, 305 em 2019 e 230 em 2018). Bauru é e a terceira cidade (102 registros em 2020, 168 em 2019 e 92 em 2018). Na região, são 973 queimadas em menos de 30 meses, 32 por mês, mais de uma a cada 24 horas.

Na região de Franca, a cida­de-sede já registrou 38 casos até 15 de junho – foram 31 em 2018 e 64 no ano passado. Depois vem Batatais, com 15 (foram 16 e 40 nos períodos anteriores, respectivamente. Na lista tam­bém estão Miguelópolis (cinco queimadas em 2020), Cristais Paulistas, Igaparava e Ituverava, com três ocorrências cada.

As duas regiões – Ribeirão Preto e Franca – registraram, juntas, 352 queimadas respon­sáveis por interrupções no for­necimento de energia, cerca de 65 por mês. Nesta conta entram as outras cidades atendidas pela distribuidora e não citadas nesta matéria. Em 2019, nas mesmas áreas, as queimadas resultaram em 898 ocorrências de interrup­ção no fornecimento de energia, 21,2% a mais que as 741 de 2018 – são 157 a mais .

“É importante a conscien­tização da população e dos produtores agrícolas, pois os incêndios sob a rede de distri­buição de energia são, muitas vezes, causados pelo uso do fogo como método de poda de algumas plantações. O impacto das queimadas é maior ainda quando acontecem sob as li­nhas de transmissão, respon­sáveis pelo abastecimento de regiões inteiras”, alerta Rodrigo de Vasconcelos Bianchi, geren­te de Operações de Campo, da CPFL Paulista.

Entre janeiro e junho de 2020, a CPFL Paulista já regis­trou 1.474 queimadas que afe­taram a rede elétrica em toda a sua área de atuação. Consi­derando 2019, as interrupções desse tipo cresceram 21,3% em relação a 2018. Foram 3.276 ocorrências no ano passado contra 2.700 no ano anterior, 576 a mais no ano passado.

Em caso de falta de energia, ou de incêndio sob a rede elétri­ca, a população deve entrar em contato com os canais de atendi­mento da CPFL Paulista, que são o web móbile (www.cpfl.com.br – acesso via smartphone), app “CPFL Energia” (disponível para smartphones Android ou iOS), agência virtual (www.cpfl.com.), SMS (enviar para 27351) e call center (0800 010 1010 – ligação gratuita, 24 horas por dia).

Ao identificar um foco de incêndio, avise a Guarda Flo­restal e o Corpo de Bombeiros. Se for às margens de uma ro­dovia, ou próximo de uma rede elétrica avise também a con­cessionária ou órgão estadual responsável. O grupo CPFL Energia, por meio da campa­nha Guardião da Vida, incenti­va a discussão sobre o tema, a fim de promover uma reflexão sobre as atitudes que poderiam ser evitadas, reduzindo trans­tornos e até salvando vidas.

Na estiagem, a pouca umi­dade, a vegetação baixa e os ven­tos fortes são fatores que podem provocar incêndios. Além disso, até mesmo uma queimada mal controlada para atividades agrí­colas também pode colocar em risco o fornecimento de ener­gia, atingindo os cabos elétricos, desligando a rede e provocando prejuízos para os todos, além de danos ao meio ambiente e à se­gurança da população.

Legislação
Proibidas em algumas áreas municipais, as queimadas são autorizadas pelo Instituto Bra­sileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) sob critérios técnicos que impedem a propagação do fogo além dos limites estabele­cidos. Em situações especiais, o instituto pode proibir queimada, o que não impede que ela ocorra de forma ilegal, provocando in­cêndios florestais.

Uma das medidas que de­vem ser respeitadas pelos pro­dutores no cultivo é o respeito às faixas de servidão, que são os corredores de 30 ou 40 metros de largura localizados embaixo das linhas de trans­missão, nos quais não é per­mitido o plantio.

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