O prefeito Duarte Nogueira Júnior (PSDB) decidiu nesta sexta-feira, 3 de abril, prorrogar o decreto municipal que suspende todos os serviços considerados não essenciais. O prazo original terminaria na próxima terça-feira (7), mas a administração achou prudente estender a quarentena por mais 15 dias, até 22 de abril.
A decisão foi anunciada na após uma reunião por videoconferência com representantes de autoridades do setor da saúde, segurança pública, entidades de diferentes setores e do Comitê de Contingenciamento da Covid-19. Na segunda-feira, 30 de março, o prefeito já havia realizado reunião semelhante para tratar das medidas adotadas. Nesta sexta-feira a discussão durou mais de duas horas.
De acordo com o prefeito, a decisão segue orientação unânime do Comite de Contingenciamento da Covid- 19. “Temos que ser muito prudentes para analisar a curva de crescimento da epidemia. Neste momento temos que preservar as vidas humana”, afirma Nogueira. O pico da doença deve ocorrer nas duas próximas semanas, por isso a prudência.
O decreto municipal de Ribeirão Preto acompanha as regras estabelecidas pelo governo paulista que também suspendeu, em todo o Estado, os serviços considerados não essenciais. Entidades ligadas ao comércio manifestaram preocupação com o fechamento das lojas, prestadores de serviços e empresas.
No dia 27, a Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto (Acirp) já havia emitido nota defendendo a revisão do decreto de calamidade pública e o relaxamento do isolamento social para não prejudicar os comerciantes e empresários cujos negócios não estão no rol de serviços essenciais – grupo que pode atender a população, como farmácias, padarias, supermercados, açougues entre outros.
Na segunda-feira (30), o Sindicato do Comércio Varejista de Ribeirão Preto e Região (Sincovarp) e a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL-RP) também emitiram nota pedindo o relaxamento das sanções, desde que não coloque em risco a saúde das pessoas. O decreto de calamidade pública suspendeu o atendimento presencial em estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços não essenciais. Nesta sexta-feira, as entidades não se manifestaram.
O decreto determina o fechamento do comércio central – calçadão e entorno – e dos bairros – corredores comerciais como os das avenidas Saudade (Campos Elíseos) e Dom Pedro I (Ipiranga) e Boulevard (Jardim Sumaré e Alto da Boa Vista) – nos quatro shopping centres da cidade – RibeirãoShopping, Santa Úrsula Shopping, Shopping Center Iguatemi e Novo Shopping – a não ser os serviços essenciais, de delivery (entrega em domicílio) e drive thru.
A medida impõe o fechamento do comércio, exceto serviços essenciais de alimentação, abastecimento, saúde, bancos, limpeza e segurança. O fechamento do comércio atinge todas as lojas com atendimento presencial, inclusive bares, restaurantes, cafés e lanchonetes. Estabelecimentos que servem alimentos e bebidas em mesas ou balcões só podem atender pedidos por telefone ou serviços de entrega.
Só ficarão abertos estabelecimentos com atendimento presencial que prestam serviços considerados essenciais. No setor de alimentação, podem funcionar supermercados, hipermercados, açougues e padarias – que não poderão permitir o consumo no estabelecimento durante a quarentena. Em abastecimento, podem atuar normalmente transportadoras, armazéns, postos de gasolina, transporte público, táxis, aplicativos de transporte, entre outros.
Nesta semana, a Secretaria Municipal da Educação decidiu antecipar e estender em uma semana o recesso escolar de abril, que deveria ocorrer entre os dias 20 e 24, mas terá início no dia 13 por causa da pandemia de coronavírus. O ano letivo deve ser retomado no dia 27, uma segunda-feira. O intervalo de julho terá uma semana a menos.
Páscoa e gente na rua
O prefeito também disse que os estabelecimentos que trabalham com produtos da Páscoa podem atender, desde que sigam as regras do decreto de calamidade pública: não pode haver consumo no local (apenas entrega) e os clientes devem manter distância mínima entre eles. Apesar das instruções, muita gente anda pelas ruas de Ribeirão Preto. Nesta semana, os fotógrafos José Francisco Pimenta e Alfredo Risj flagraram idosos no calçadão e filas em agências bancárias.