A Federação das Associações Comerciais do Estado São Paulo (Facesp) e a Associação Comercial de São Paulo (ACSP) pedem aos governantes para que o comércio seja parcialmente reaberto a partir de 1º de maio, Dia do Trabalho, sexta-feira, evidentemente obedecendo às devidas regras de segurança, para evitar que os efeitos da pandemia do novo coronavírus (covid-19), que já afetam a saúde de milhares de pessoas no Brasil, não se perpetuem na economia.
“Queremos comemorar o Dia do Trabalho trabalhando!”, diz a nota. A paralisação do varejo, que deveria primeiramente se encerrar nesta quarta-feira, 22 de abril, mas foi prorrogada até 10 de maio – Dia das Mães, a segunda melhor data para o comércio depois do Natal –, significa a não circulação de R$ 1 bilhão por dia, acarretando enorme prejuízo para a economia e pondo em risco a maior parte dos empregos e da renda dos trabalhadores de modo geral.
“A crise que o Brasil atravessa exige grandeza, discernimento e coordenação por parte dos governantes, para que não ocorram contradições, desperdícios ou a imposição de maiores sacrifícios à população do que os inevitáveis, que já são extremamente fortes”, dizem no comunicado.
A Facesp e a ACSP manifestaram apoio quando da implementação das medidas restritivas às atividades empresariais, mas alertaram na oportunidade que tais restrições deveriam ter o menor tempo possível de duração, considerando o impacto negativo da medida para as atividades econômicas e, principalmente, sobre os segmentos mais desfavorecidos da população.
Solicitaram medidas do setor público para garantir a sobrevivência das empresas e a manutenção dos empregos, bem como para os que trabalham por conta própria e os informais. “As sucessivas prorrogações do isolamento agravam o cenário de incertezas, o que está levando a um aumento da demissão de trabalhadores. A Facesp e a ACSP cobram dos governantes mais diálogo e transparência nas decisões para reduzir a incerteza dos empresários e a ansiedade da população”, informam.
Alertam, agora, mais uma vez, sobre os grandes riscos decorrentes da prorrogação das restrições, tendo em vista as dificuldades enfrentadas por empresas e cidadãos após um mês de isolamento, e advertem para o risco de desorganização do sistema econômico, com o fechamento de empresas, aumento do desemprego, perda de renda e impactos sociais negativos sobre a saúde física e mental da população.
Em Ribeirão Preto, a Associação Comercial e Industrial, o Sindicato do Comércio Varejista (Sincovarp) e a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) também cobram do prefeito Duarte Nogueira Júnior (PSDB) a reabertura de alguns setores do comércio e da prestação de serviços considerados não essenciais. A quarentena na cidade vai até segunda-feira, dia 27, e apesar de sinalizar com uma flexibilização do decreto de calamidade pública, o tucano pode prorrogar o isolamento social até 10 de maio para seguir o calendário estadual.
“Se o Brasil não aguenta uma paralisação prolongada, e isso é fato, o município de Ribeirão Preto muito menos. Suspender as atividades empresariais até o dia 10, é agravar, ainda mais, a situação do comércio varejista que, em sua maioria, é composto de micros e pequenos lojistas, um dos setores mais atingidos por essa crise. A situação é desesperadora para a maioria dos comerciantes o que nos traz o temor de uma onda de fechamento de empresas e de demissões em massa”, diz nota da entidades.
Os varejistas aplaudem as providências adotadas pelo governo federal para compensar os custos da paralisação das atividades, embora algumas ainda apresentem problemas para a efetiva implementação e não sejam suficientes para compensar as perdas impostas pelo governo do Estado ao funcionamento das empresas. Lamentam que até o momento não tenham sido atendidos os pleitos com relação à suspensão do pagamento dos impostos.
“Os empresários desejam pagar seus tributos, mas não têm condições, no momento, por não terem recursos. Não se pode aceitar que o Estado queira, com uma mão, proibir o funcionamento e, com a outra, cobrar o imposto, como se fossem dois entes distintos. Isto coloca em risco milhares de empresas que se tornarão inadimplentes e perderão o acesso ao crédito”, emendam.