A coluna de Jânio de Freitas de 21 de março comenta não só o desmonte que a fúria ideológica do Brasil vomitou sobre o programa Mais Médicos, obrigando cubanos a deixar o país, em pouquíssimo tempo, mas também ela lembra a sucessões de editais para milhares de vagas, para médicos brasileiros, que nunca permanecem no lugar longínquo que escolhem, quando escolhem, até chegar nessa tragédia do vírus coroado, como fonte de medo e de pavor.
A falta de racionalidade elevou-se ao auge do improviso e da estupidez, e a consequência brutal, nessa hora de mobilização plena do sistema de saúde, para e enfrentar a guerra contra esse inimigo invisível, milhões de pessoas estão, há tempo, sem cobertura técnica,em regiões distantes do Brasil, expostas às consequência do ímpeto miserável da irracionalidade governamental.
Poder-se-ia até desmontar o programa, mas com planejamento, por etapas, à medida que fosse suprida as vagas abertas, sem o choque da estupidez, que deu no que deu, como dá no que dá, sem comprometer o atendimento à população depauperada e distante.
Mais grandioso se torna o malefício dessa discriminação ideológica, quando, comparando-se, lê-se no Google que uma brigada de 52 médicos e paramédicos, “vários com experiência na luta contra o ebola na África Ocidental”, dirigiram-se à Itália, para a região da Lombardia, que registrou o maior número de mortes, em um mês, exatamente 4.825 pessoas. E, também médicos chineses chegaram lá, erguendo a faixa humanista, lançando às pessoas e ao vento esse mantra –“Somos ondas do mesmo mar, folhas da mesma árvore, flores do mesmo jardim”.
Sabe-se, ainda, através desse noticiário globalizado que “atualmente, cerca de 30.000 profissionais da saúde cubanos atendem 61 países da África, América Central e Ásia”, sendo que áreas geográficas cobertas por eles nesses países são as pobres e sem cobertura médica. E não se tem noticia da intoxicação ideológica naqueles países assistidos, o que sobreleva o vômito ideológico de nosso governo.
A miséria moral dos que pregam contra a ciência, a pesquisa, a inteligência criadora, alimentando a discriminação, o ódio e o medo, está sufocada pela tragédia de um inimigo invisível, que desperta solidariedade na consciência, no coração e na alma do mundo, o que seguramente semeará a geografia humana para construção de um mundo igual e justo, para quando essa onda passar.