Boletim da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) indica que, na terça-feira, 20 de agosto, Ribeirão Preto apresentou o pior índice de qualidade do ar do interior paulista. A estação da empresa ligada à Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do Estado de São Paulo (Semil-SP) fica na região Central da cidade.
O índice de qualidade mede a quantidade de diferentes poluentes no ambiente, como gases tóxicos, gás carbônico e partículas respiráveis nocivas à saúde, e a avaliação de Ribeirão Preto passou de “ruim” para “muito ruim”. Foi a única cidade do estado de São Paulo com índice tão baixo registrado anteontem, superando a capital. Nesta quarta-feira (21), atingiu nível “ruim“ por conter gases tóxicos, gás carbônico e partículas respiráveis nocivas à saúde.
Segundo a professora Lúcia Campos, do Departamento de Química Ambiental da Universidade de São Paulo (USP), “o que a gente vê quando olha para o céu em Ribeirão Preto atualmente é material particulado, nome que cientistas dão para fumaça de queimadas da região e de outras áreas do Brasil que chegam por aqui pelo vento.”
As queimadas deixam a camada de poluição mais espessa, mas outros fatores que contribuem para o nível “muito ruim” de qualidade do ar são, principalmente, a baixa umidade relativa, a falta de chuva, e a poluição. O boletim de qualidade do ar é emitido diariamente.
Apresenta um resumo das condições da poluição atmosférica das 24 horas anteriores e uma previsão meteorológica das condições de dispersão dos poluentes para as 24 horas seguintes. Segundo a Climatempo, a umidade relativa do ar chegou a 13% na terça-feira, com os termômetros marcando 35 graus Celsius.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), quando a umidade fica abaixo de 30% o município entra em estado de atenção e quando o índice é inferior a 20% a situação é de alerta. Abaixo de 12% já é considerado caso de emergência, clima de deserto. Não há previsão de chuva para a cidade.
Desde janeiro, Ribeirão Preto teve 15 dias de umidade ideal. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), que chegou a emitir alerta vermelho para a região, agora voltou a reduzir o risco para laranja de baixa umidade devido à estiagem. Deve oscilar entre 19% e 21% até sábado (24), mas sobe para 32% no domingo (25) por causa de uma frente fria (pré-frontal).
As temperaturas continuarão altas até sábado, entre 36ºC e 37 graus, segundo a Climatempo, mas abaixo do 38ºC anunciados na segunda-feira (19). O risco de incêndio em área de vegetação ainda é alto. O fogo e a fumaça contribuem para piorar a qualidade do ar.
Nos últimos 30 anos, a temperatura média histórica para o mês agosto, em Ribeirão Preto, é de 28ºC, com máxima de 30ºC. O inverno começou em 20 de junho e segue até 22 de setembro, quando chega a primavera. Nos dias 1º e 14 de março, a cidade emplacou a temperatura mais alta deste ano até agora. Chegou a 36ºC durante a tarde.
Nesta quarta-feira, 21 de agosto, os termômetros marcaram entre 17ºC e 35ºC, com umidade em 19%. Nesta quinta-feira (22) deve variar entre 17ºC e 36ºC. A umidade vai a 21%. Na sexta-feira (23), fica entre 19ºC e 37 graus, com umidade em 19%.
No sábado, dia 24, a temperatura mínima prevista é de 17ºC e máxima de 35 graus Celsius, com 20% de umidade. No domingo (25), c0om a chegada da frente fria, os termômetros podem marcar entre 16ºC e 26ºC, abaixo de 30 graus e bem inferior à média desta semana.
Não há previsão de chuva para os próximos dias. O cenário pode mudar de uma hora para outra, de acordo com as informações que chegam via satélite. A última chuva considerável em Ribeirão Preto na cidade ocorreu em meados de abril, quando um temporal derramou cerca de 100 milímetros de água no município.