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PSL propõe afastamento de prefeito e secretário

ALFREDO RISK

O presidente do diretório municipal do Partido Social Liberal (PSL) de Ribeirão Pre­to, Rodrigo Junqueira, proto­colou, na Câmara de Verea­dores, pedido de afastamento, por 90 dias, do prefeito Duarte Nogueira Júnior (PSDB) e do secretário municipal da Saúde, Sandro Scarpelini.

A motivação são as de­núncias divulgadas nos últi­mos dias sobre a locação de quatro ambulâncias, por qua­tro meses, pelo valor de R$ 1.103,419,27 e o fato de a con­tratação ter ocorrido sem licita­ção. Para Rodrigo Junqueira, o afastamento imediato do prefei­to e do secretário se faz necessá­rio para assegurar a integridade das investigações e a ausência de pressão junto aos funcioná­rios envolvidos no processo de aluguel das viaturas.

As denúncias de eventuais irregularidades estão sendo in­vestigadas pelo Ministério Pú­blico Federal (MPF) – os veí­culos foram locados com verba federal do Ministério da Saúde – e pela Câmara de Vereadores, que nesta quinta-feira (14) vai instaurar uma Comissão Par­lamentar de Inquérito (CPI) composta por Marinho Sam­paio (MDB), Orlando Pesoti (PDT), Alessandro Maraca (MDB), Jean Corauci (PSB), Paulo Modas (PSL) e Renato Zucoloto (PP).

A CPI das Ambulâncias terá 120 dias para ouvir os en­volvidos no processo de com­pras e supostas testemunhas e fazer diligências e analisar documentos e orçamentos de concorrentes. O prazo é pror­rogável por mais 120 dias. O pedido de afastamento será encaminhado para a Coorde­nadoria Jurídica da Câmara.

O departamento vai de­cidir se o pedido atende aos pré-requisitos legais exigidos. A solicitação pode receber pa­recer contrário ou favorável. Nos dois casos, a requisição é votada pelos vereadores em plenário. Os parlamentares vão dar a palavra final sobre o prosseguimento ou não do caso. O Tribuna questionou a prefeitura sobre o assunto, mas não obteve retorno.

Na segunda-feira, a Polí­cia Federal cumpriu manda­dos de busca e apreensão, na manhã desta segunda-feira, 11 de maio, na Secretaria Municipal de Administração e recolheu documentos na Secretaria da Saúde. Também esteve na sede da SOS Assis­tência Médica, empresa que alugou as ambulâncias, e na re­sidência de um dos sócios.

A Secretaria Municipal da Saúde ressalta que a medida vai evitar a sobrecarga do Samu durante a pandemia de covid-19. A empresa contra­tada terá de fornecer os mo­toristas, além de um técnico em enfermagem para cada uma das viaturas. Os veículos de suporte básico trabalharão 24 horas por dia.

Nas redes sociais, quem questiona a contratação afirma que com este valor seria possí­vel comprar nove ambulâncias do mesmo tipo, que tem custo estimado de aproximadamen­te R$ 191 mil cada. Conside­rando que trabalharão inin­terruptamente, cada viatura terá três equipes destes pro­fissionais por causa da carga horária dos funcionários.

Também terá de arcar com todos os custos com salário, registro em carteira, segu­ro do veículo, manutenção e combustível e a estimativa é que cada uma rode sete mil quilômetros por mês. O custo mensal com a contratação será de R$ 68.963,70l por ambu­lância. A administração afir­ma que todo processo seguiu as orientações do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCESP) e do Ministério Pú­blico Estadual (MPE).

Diz que o contrato de presta­ção de serviços das ambulâncias privadas foi realizado com a fi­nalidade exclusiva para atendi­mentos de remoção e transporte de pacientes entre unidades de saúde e hospitais, assim como altas hospitalares e residências, chamados “transportes sanitá­rios” (casos não urgentes).

A secretaria garante ainda que o valor estimado para o mesmo serviço, caso fosse re­alizado pelos próprios munici­pais, chegaria a cerca de R$ 110 mil mensais e seria realizado por plantões extras, já que se trata de equipe provisória para o período da pandemia.

Duarte Nogueira diz que confia no trabalho da PF
Em entrevista coletiva no Pa­lácio Rio Branco, na terça-feira (12), o prefeito Duarte Nogueira afirmou que confia no traba­lho da Polícia Federal e que as investigações são importantes para a comprovação de que o processo de contratação foi totalmente regular. “Confio no trabalho da Polícia Federal e é importante que seja feito para ter a certeza de que a condu­ção do processo foi totalmente regular”, afirmou.

Na mesma coletiva o secretário municipal da Saúde, Sandro Scarpelini, afirmou que a deci­são de alugar as ambulâncias foi tomada diante da previsão de possível aumento descontrolado no número de casos do novo co­ronavírus na cidade. Atualmente, a cidade tem 14 viaturas básicas do Serviço Móvel de Atendimen­to de Urgência (Samu) e duas viaturas de UTI móvel.“Todo o processo passou pelo jurídico da prefeitura”, disse.

Ainda segundo o secretário, a ex-mulher de Scarpelini foi sócia da empresa vencedora da lici­tação quando a companhia foi fundada. Afirmou ainda que deu assessoria para a SOS durante alguns meses, mas que não tem mais vínculos com a contratada. “Minha tranquilidade é total com relação a isso”, concluiu.

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