O empresário e presidente do Diretório Municipal do Partido Social Liberal (PSL) de Ribeirão Preto, Rodrigo Junqueira, afirmou ao Tribuna nesta terça-feira, 19 de novembro, que não vai migrar para o futuro partido de Jair Bolsonaro. No dia 12, o presidente da República anunciou que deixaria o PSL e criaria o Aliança pelo Brasil.
Nesta terça-feira (19), Jair Bolsonaro assinou a carta de desfiliação do PSL. A carta foi entregue ao partido e à Justiça Eleitoral, abrindo caminho para que ele possa assumir a presidência da sigla que, ao lado de aliados, decidiu fundar, o Aliança pelo Brasil. A reunião para o lançamento do partido será realizada nesta quinta-feira (21), em Brasília. O senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), o filho 01, também pediu desfiliação na segunda-feira (18).
Segundo Junqueira, ele e os membros do Diretório Municipal têm trabalhado para solidificar a legenda e não há motivos que justifiquem a migração para o futuro novo partido. “Há dois anos estamos realizando este trabalho e vamos continuar no partido, apoiando o governo e suas propostas de mudanças para o bem do país, como o combate a corrupção e a defesa do liberalismo econômico”, afirma.
Pré-candidato a prefeito de Ribeirão Preto pelo PSL, o empresário afirma que tem tido o apoio de lideranças nacionais neste trabalho, como por exemplo, o do deputado federal por São Paulo Júnior Bozzella. Nesta terça-feira, o parlamentar concorreu, na convenção nacional do PSL, ao cargo de primeiro vice-presidente do Diretório Nacional. Até o fechamento desta matéria a eleição não havia terminado, mas ele era o favorito.
“Além de fortalecermos o PSL em Ribeirão Preto, vamos trabalhar para que a cidade se consolide como município de primeiro mundo. Nossa cidade precisa de empregos de alto valor agregado e vamos incentivar a instalação de Indústrias”, afirma Junqueira. Candidato a deputado federal nas eleições do ano passado, ele obteve 14 mil votos, mas não se elegeu. Nascido e criado em Ribeirão Preto, é engenheiro mecânico de formação, empresário e morou quatro anos na Alemanha.
Levantamento feito no final do ano passado pelo PSL de Ribeirão Preto revelou que o número de filiados na legenda no município é de cerca de 800 pessoas. Entretanto, ele não está entre os cinco preferidos pelo eleitorado local. Pesquisa feita pelo Tribuna junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) revela que, até o segundo semestre de 2018, a sigla com mais filiados na cidade era o Movimento Democrático Brasileiro (MDB), com 7.200 mil, seguido pelo Partido dos Trabalhadores (PT), com 5.300 mil, e o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), com 3.400.
O novo partido
Para que o futuro partido de Bolsonaro consiga o registro no Tribunal Superior Eleitoral serão necessárias 491 mil assinaturas de eleitores de todos os estados do Brasil. A estratégia dos dirigentes da futura legenda é conseguir essas assinaturas de forma digital, assim parte dos trâmites burocráticos seriam agilizados.
O TSE nunca analisou um pedido de registro de partido que tivesse coletado assinaturas pela internet. No Brasil, a sigla criada em menos tempo foi o Partido Social Democrático (PSD), do ex-ministro Gilberto Kassab, que levou 193 dias da fundação ao registro.
Considerando que uma legenda precisa ser registrada até seis meses antes das eleições para poder concorrer – os candidatos têm o mesmo prazo para filiação –, o partido de Jair Bolsonaro terá de ser criado em no máximo 137 dias para disputar as eleições municipais do próximo ano. O prazo considera esta quarta-feira, 20 de novembro, até o dia da votação, em 4 de outubro de 2020.