Depois de cinco dias de impasse em relação à retomada das prévias presidenciais, a cúpula do Partido da Social Democracia Brasileira avalia que poderá definir nesta sexta-feira, 26 de novembro, a nova data para a conclusão da escolha de seu candidato ao Palácio do Planalto. Duas empresas já avançaram nos “testes de estresse” aos quais estão sendo submetidas.
Esse processo estava previsto para terminar durante a madrugada desta sexta-feira e, se tudo correr bem, o presidente do PSDB, Bruno Araújo, vai reunir os candidatos para definir quando a votação será reiniciada. A ideia é que as prévias sejam concluídas até domingo (28). “Eu estou torcendo por isso”, disse Araújo, que afirmou haver um nível de exigência muito elevado para as empresas que estão desenvolvendo o aplicativo de votação.
A Fundação de Apoio à Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Faurgs), responsável pela ferramenta online de votação, afirmou na quarta-feira (24), por meio de nota, ser “muito plausível” que tenha ocorrido um ataque hacker ao aplicativo usado no domingo. A entidade ainda não apresentou uma justificativa conclusiva para explicar os problemas.
Porém, avaliou como causa mais provável um “congestionamento de acessos incompatível com o número de eleitores cadastrados”. “Desde o domingo da votação manifestamos nossa estranheza com o que aconteceu, com a demora de esclarecimentos e com a falta de informações claras. O presidente Bruno Araújo tem nosso apoio e confiança para buscar a verdade sobre esse possível crime”, escreveu.
O governador Eduardo Leite (RS) foi um dos principais defensores do uso de plataforma digital para o pleito. A Faurgs desenvolveu o app após recusa da USP, Unicamp e UFMG, entre outras universidades públicas consultadas pelo PSDB. Aliados do governador João Doria (SP) viam a proposta com desconfiança, e a definição do modelo de votação foi um dos primeiros embates entre as campanhas dos governadores gaúcho e paulista.
O grupo ligado a Doria já havia sugerido acionar a Polícia Federal para investigar os problemas do aplicativo durante reunião da cúpula do partido no domingo (21), mas a direção nacional da legenda até agora preferiu evitar envolver a PF. A sugestão para pedir apuração da PF partiu, desta vez, do senador Tasso Jereissati.
Os ex-presidentes tucanos José Aníbal, Pimenta da Veiga e Teotônio Vilela também apoiam a ideia. Os signatários apoiaram Leite na disputa. Tasso chegou a se lançar candidato, mas abandonou a ideia para apoiar o gaúcho. Os ex-dirigentes discutiriam o assunto em reunião com o presidente nacional da legenda, Bruno Araújo, ainda nesta quinta-feira.