Tribuna Ribeirão
Política

Protetores de animais anunciam manifestação

O Conselho Municipal do Bem-Estar Animal (Combea) promoveu reunião na tarde des­ta quarta-feira, 4 de abril, com a presença de representantes de diversas organizações não-go­vernamentais (Ongs), como a Associação Vida Animal (AVA), Projeto Pandora e Caõpaixão, entre outras, além da presença de um representante da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e do secretário municipal do Meio Ambiente, Otavio Okano.

Ele recebeu em mãos uma sé­rie de reivindicações – as mais im­portantes são a realização de cam­panhas em massa de castração e de vacinação (incluindo a antite­tânica e a vacina V8) e o cumpri­mento da Lei Feliciano, ou seja, o fim das eutanásias sob a alegação da impossibilidade do devido tra­tamento médico.

Talita Borges, do Projeto Pan­dora, explica que as Ongs com atuação na cidade organizaram o movimento “Causa em Agonia” para exigir do prefeito Duarte No­gueira Júnior (PSDB) o cumpri­mento da Lei Feliciano, e que está sendo planejado para as próximas semanas um grande ato de protes­to pelo que os protetores dos ani­mais classificam de “total descaso da administração Duarte Noguei­ra para com a causa animal”.

Defensores da causa animal estão sendo convocados para comparecer na Câmara nes­ta quinta-feira (5) em apoio à aprovação de requerimento de Marcos Papa (Rede). Ele quer transformar em Comissão Par­lamentar de Inquérito (CPI) a Comissão Especial de Estudos (CEE) que investiga a legalidade das eutanásias praticadas pela Coordenadoria do Bem-Estar Animal (Cbea) da Secretaria Municipal do Meio Ambiente.

O embate entre protetores de animais e a administração Du­arte Nogueira vem desde o ano passado quando, em audiência na Câmara, a coordenadora da Cbea, Carolina Vilela, reconheceu que o departamento realiza eutanásias em animais com fraturas por cau­sa da inexistência de um aparelho de raio-X, fundamental para o diagnóstico em casos de fraturas. A partir de então, Ongs dedicadas à causa animal passaram a pedir a “cabeça” da chefe do setor, manti­da no cargo pelo prefeito.

Na sequência, a Câmara apro­vou a criação da CEE da Eutaná­sia, que revelou grande discre­pância nas informações oficiais da Coordenadoria do Bem Estar Animal – que já divulgou três nú­meros diferentes sobre o total de cães e gatos sacrificados em 2017. A Cbea se defende em nota. Sus­tenta que as eutanásias seguem o que preconiza o Conselho Federal de Medicina Veterinária. Mas as Ongs rebatem afirmando que a lei estadual nº 12.916, de 2008 (Lei Feliciano) só permite eutanásias nos seguintes casos: doenças gra­ves ou enfermidades infecto-con­tagiosas incuráveis que coloquem em risco a saúde de pessoas ou de outros animais.

Na avaliação das ONGs, um cão que chega à Cbea após ser atropelado, com fraturas, não é um caso de doença grave, sendo perfeitamente possível o trata­mento e a recuperação do animal, desde que a coordenadoria possua a devida estrutura – como um aparelho de raio-X. A presidente do Conselho Municipal do Bem­-Estar Animal e da AVA, Maria Cristina Dias, afirma que a coor­denadoria não pratica eutanásias, mas sim “assassinatos”.

Segundo o vereador Marcos Papa, a gota d’água para pedir a CPI foi a morte de um cachor­ro que havia sido resgatado do córrego da Via Norte no final de semana. A proposta deve ser vo­tada nesta quinta-feira. Como já existem cinco CPIs em trâmite na Câmara, teto previsto no Re­gimento Interno (RI), para que a transformação ocorra terá de ser aprovada em plenário. Papa tam­bém questiona o número de eu­tanásias divulgado pela Cbea via prefeitura de Ribeirão Preto. Para uma ONG, a administração infor­mou que foram 40 em 2017.

Já para o vereador, a Cbea diz que sacrificou 126 animais – 95 cães e 31 gatos, uma eutanásia a cada três dias. O levantamento foi divulgado em 15 de março, duran­te a primeira audiência da CEE. No entanto, a própria prefeitura divulgou à imprensa que foram 187, ou 63 a mais do que os relató­rios enviados ao parlamentar, uma a cada dois dias.

De 124 laudos veterinários enviados pela Cbea ao Legislativo, em 112 a data de entrada do ani­mal é a mesma da sua eutanásia. No ano passado, ao menos 22 ani­mais foram eutanasiados porque, no diagnóstico, sofreram fraturas, traumas ou múltiplas lesões, prin­cipalmente na coluna. Destes, ape­nas dois não foram sacrificados no mesmo dia de entrada.

A Cbea não possui equipa­mento de raio-X desde outubro de 2017, quando terminou o contrato com uma empresa para a realização de diagnóstico por imagem, segundo a prefeitura. Com isso, a constatação de fra­turas acaba sendo apenas pela avaliação clínica do veterinário.

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