Estudantes, professores e profissionais da educação participaram, nos 26 estados do país e no Distrito Federal, de atos contra o bloqueio de verbas para a Educação anunciado pelo governo nas últimas semanas. De acordo com a PM, 15 mil pessoas protestam em Brasília no começo da tarde na Esplanada dos Ministérios. Os organizadores estimam o público em 50 mil.
Em outras capitais, a PM ainda não divulgou a estimativa de público. Segundo organizadores, 250 mil pessoas foram às ruas em Belo Horizonte e 10 mil em Fortaleza.
Em apoio ao movimento, universidades e escolas — públicas e particulares — paralisaram suas atividades. Na véspera dos protestos, parlamentares relataram que Bolsonaro teria recuado dos cortes na Educação, mas o governo, em seguida, negou.
No Rio, as manifestações contra os cortes de verbas nas instituições federais de ensino já interdita diversas vias no Centro do Rio de Janeiro. Segundo informações do Centro de Operações da Prefeitura, a interdição acontece na Avenida Presidente Vargas, entre a Avenida Rio Branco e a Rua Primeiro de Março, no sentido Praça XV.
Após o fim da manifestação contra o governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL) no centro do Rio de Janeiro, um grupo de pessoas mascaradas entrou em confronto com a Polícia Militar. Os policiais reagiram com bombas de gás e houve correria ao redor da Praça da República e ao longo da avenida Presidente Vargas. Os confrontos continuavam às 19h50.
Em São Paulo, A USP, a Unesp e a Unicamp confirmaram adesão ao movimento de paralisação. Em frente a um campus da USP, manifestantes protestaram com gritos de “Educação não é esmola, Bolsonaro tira a mão da minha Escola”.
Em Ribeirão Preto, cerca de quatro mil pessoas protestaram contra o anúncio de cortes feito pelo governo. Em São Carlos, uma manifestação de alunos da UFSCar também tomou conta de ruas no centro da cidade.
No Twitter, a hashtag #TsunamidaEducação ocupou o primeiro lugar como o assunto mais comentado na rede no país. A partir dela, foram compartilhadas imagens e registros dos protestos pelo país e mensagens de apoio ao movimento. Internautas também usaram #15M, em referência à data, para falar nas redes sobre a paralisação desta quarta-feira.
Em março, um decreto estabelecia o contigenciamento de R$ 5,8 bilhões previstos para a educação. Em abril, o MEC informou o bloqueio de 30% de verba de custeio para as universidades e institutos federais. O ministro da Educação, Abraham Weintraub, foi sabatinado na Câmara nesta quarta-feira para tratar dos cortes.
Até o encerramento desta edição não havia um balanço oficial do número de pessoas que participaram dos protestos em 170 cidades brasileiras.