Os protestos sociais no Chile diminuíam ostensivamente, em uma praça central da capital que menos de duas semanas antes havia reunido 1,2 milhão de pessoas que exigiam melhoras sociais que iam de altas nos salários e pensões até uma nova Constituição. Centenas de pessoas caminhavam nesta terça-feira (5) por algumas pista da principal avenida de Santiago, num dia em que nas redes sociais se multiplicavam as convocações para uma marcha de guarda-chuvas negros. Entre aqueles que foram à praça haviam poucos guarda-chuvas, e coloridos.
Os manifestantes estavam em número menor do que na segunda-feira (4), quando o ato terminou com violentos incidentes e uma forte repressão policial, que tem sido característica na última semana. O intendente (prefeito) de Santiago, Felipe Guevara, estimou que entre duas mil e 2.500 pessoas estavam presentes nesta terça-feira (5). Em Concepción, 500 quilômetros ao sul de Santiago, uma manifestação com pessoas encapuzadas teve um episódio de entrada forçada em uma agência bancária, da qual móveis foram retirados para a rua e queimados. Havia, de qualquer modo, manifestações menores em cidades do norte e do sul do país.
Uma alta na tarifa do metrô detonou há 19 dias violentos saques, incêndios e destruição na maioria das estações do metrô, além de abrir caminho para grandes protestos em todo o país. Isso obrigou o governo do presidente Sebastián Piñera, de centro-direita, a oferecer um pacote de leves melhoras sociais – que devem ser primeiro aprovadas no Congresso – e a mudar oito de seus 24 ministros, além de propor cortes nos milionários salários dos congressistas, que vão de US$ 27 mil a US$ 44 mil, além de uma alta nos impostos daqueles que ganham mais de US$ 11 mil ao mês. O ministro da Fazenda, Ignacio Briones, disse nesta terça-feira no Congresso que o crescimento no Chile ficará entre 2,0% e 2,5% neste ano.