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Protesto na porta da prefeitura de RP

DIVULGAÇÃO/SSM

O juiz Reginaldo Siqueira, da 1ª Vara da Fazenda Pública, determinou que a prefeitura e o Instituto de Previdência dos Municipiários (IPM) se mani­festem, dentro de 72 horas, sobre o parcelamento dos benefícios de setembro de 2.500 aposen­tados e pensionistas. Depois deste prazo, o magistrado deci­dirá sobre o pedido de liminar feito em mandado de segurança impetrado pelo Sindicato dos Servidores Municipais de Ribei­rão Preto, Guatapará e Pradópo­lis (SSM/RP).

A entidade sindical recorreu à Justiça nesta segunda-feira, 30 de setembro, para impedir o parcelamento. Ainda na manhã de ontem, sindicalistas e vários aposentados e pensionistas fi­zeram manifestação na porta do Palácio Rio Branco contra o governo de Duarte Nogueira Jú­nior (PSDB). Após reunião com o secretário adjunto da Casa Ci­vil, Antônio Daas Abboud, nada foi decidido. A Associação dos Servidores Aposentados e Pen­sionistas (Amape) também afir­mou que ingressará com uma ação judicial na tentativa de re­verter a medida anunciada pela prefeitura de Ribeirão Preto.

Na sexta-feira, 27 de setembro, a administração municipal divul­gou comunicado para informar que parte dos aposentados e pen­sionistas do município irá receber seus benefícios parcelados.

O governo alega falta de recur­sos para o pagamento integral. Se­rão atingidos pelo parcelamento 2.500 aposentados e pensionistas com benefícios acima de R$ 3,5 mil líquidos por mês. O grupo receberá até este valor nesta terça­-feira, 1º de outubro, e o restante até o dia 16. Já o depósito para os outros 3.500 com vencimento lí­quido de até R$ 3,5 mil será feito integralmente no dia 1º.

A prefeitura afirma que o par­celamento feito pelo Instituto de Previdência dos Municipiários foi necessário porque o governo esta­dual atrasou o repasse de uma das parcelas do Imposto Sobre Circu­lação de Mercadorias e Serviços (ICMS), mas o Estado garante que o pagamento está em dia.

Sem dinheiro em caixa, a prefeitura também não fez o repasse de recursos para com­plementar a folha de pagamento dos 6.030 aposentados e pen­sionistas – de R$ 39,66 milhões mensais –, inviabilizando o pa­gamento integral. O Palácio Rio Branco deveria repassar R$ 27 milhões ao IPM. O Tribuna apu­rou apenas parte deste montante chegou aos cofres do órgão previ­denciário, cerca de R$ 15 milhões – faltaram R$ 12 milhões.

Em agosto, a prefeitura tam­bém anunciou que iria parcelar o salário do mês de parte dos 9.204 servidores da ativa que recebem mais de R$ 3,5 mil líquidos por mês. Na época, a administração afirmou que o pagamento em duas parcelas do vencimento de 1.674 funcionários públicos era necessário por causa do repasse ao Instituto de Previdência dos Municipiários, que chegou a R$ 24 milhões na época.

Com o repasse feito para ban­car os benefícios dos aposentados e pensionistas, faltou dinheiro para completar a folha de paga­mento dos servidores da ativa, de aproximadamente R$ 63 milhões mensais. O parcelamento só não aconteceu porque a Câmara de Vereadores devolveu antecipada­mente R$ 6,2 milhões para a pre­feitura de Ribeirão Preto.

A medida, segundo o presi­dente do Legislativo, vereador Lincoln Fernandes (PDT), foi tomada para que “a prefeitura evitasse o atraso e o parcelamen­to dos salários de parte de seus servidores, garantindo assim a normalidade e estabilidade dos serviços públicos”. Regra geral, a Câmara devolve os recursos que não utilizou no final do ano. Diz ainda que a economia foi um es­forço dos 27 parlamentares .

Nesta terça-feira, às 17 horas, os servidores farão novo ato na Câmara de Vereadores. O sin­dicato promete lotar o plenário. “Se a gente não lutar, não resistir e não mostrar força e mobili­zação, o governo vai tornar as coisas ainda mais complicadas para o lado do servidor”, diz o presidente do SSM/RP, La­erte Carlos Augusto. Além do mandado de segurança cole­tivo já impetrado e apreciado pelo Judiciário, a entidade vai ingressar com ações cabíveis para a cobrança pelos danos morais e materiais causados aos aposentados e pensionistas.

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