Cerca de 150 pessoas participaram, na noite desta sexta-feira, 22 de março, na Esplanada do Theatro Pedro II, no Centro Histórico de Ribeirão Preto, de um protesto que tinha como mote principal a reforma da Previdência. No entanto, outros temas ganharam espaço na manifestação convocada por centrais sindicais em várias cidades brasileiras.
As manifestações acontecem após o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), responsável por articular a aprovação da proposta na Casa, ameaçar abandonar a busca de votos para a reforma. Isso depois de o vereador Carlos Bolsonaro (PSL-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro, fazer uma publicação no Twitter com fortes críticas a Maia.
O presidente da Câmara teria tomado a decisão de abandonar a articulação da Previdência após ler mais uma postagem do vereador, com críticas a ele por não priorizar o pacote anticorrupção do ministro da Justiça, Sergio Moro. Para tentar resolver a crise, Bolsonaro deve se encontrar com Maia na segunda-feira (25).
O principal ponto da proposta do governo de reforma da Previdência Social prevê idade mínima de aposentadoria de 65 anos para homens e de 62 anos para mulheres ao final de um período de transição de 12 anos. Na manifestação de ontem centrais sindicais levaram cartazes, bandeiras e faixas com frases do tipo “Reforma tem que ser para melhorar, e não para destruir direitos”.
O Sindicato dos Servidores Municipais de Ribeirão Preto, Guatapará e Pradópolis (SSM/ RP), que está em campanha salarial, também ajudou a engrossar o coro e aproveitou para cobrar do governo Duarte Nogueira Júnior (PSDB) uma proposta de reajuste – em duas reuniões, nenhum percentual foi oferecido para a categoria, pois a prefeitura pretende “congelar” os vencimentos por causa de dificuldades financeiras. Os funcionários públicos querem 5,48% de aumento.
Também houve manifestação em prol da liberdade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), preso desde abril do ano passado na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba por conta de condenação no processo referente ao triplex do Guarujá (pena de 12 anos e um mês), em segunda instância, no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4).
Ele também foi condenado, em primeira instância, no caso que envolve o sítio de Atibaia (SP), a doze anos e onze meses de prisão pela juíza Gabriela Hardt, da 7ª Vara Federal de Curitiba. Os manifestantes gritavam “Lula livre”. O assassinato da vereadora Marielle Franco (Psol-RJ), em 14 de março do ano passado, no Rio de Janeiro, também foi alvo do ato de ontem. Manifestantes perguntavam “quem mandou matar Marielle?”.
A segunda fase da apuração do assassinato da vereadora e do motorista Anderson Gomes está sob o comando do delegado Daniel Rosa. O objetivo, agora, é apontar as razões para a execução da parlamentar e os mandantes do crime. Estão presos o policial militar reformado Ronnie Lessa e o ex-PM Élcio Queiroz, acusados, respectivamente, de fazer os disparos que mataram Marielle e Anderson e de dirigir o carro usado no ataque.