André Luiz da Silva *
[email protected]
Com o fim do carnaval e o retorno à rotina escolar, as cidades voltam à sua normalidade, mas não sem os problemas recorrentes que as afligem. O trânsito caótico, os buracos nas ruas, obras intermináveis com seus cones e cavaletes e, mais alarmante, a propagação do Aedes aegypti, trazem à tona uma urgência que não pode mais ser ignorada: a necessidade de combater os mosquitos transmissores da dengue, Zika vírus e febre Chikungunya.
Em apenas quarenta e seis dias, mais de 500 mil casos dessas doenças foram confirmados, colocando em risco a saúde de milhões de pessoas. Essas estatísticas não são apenas números; são histórias de sofrimento humano, de indivíduos que foram afetados diretamente por essas doenças ou que viram seus entes queridos lutarem contra elas. É um problema que atinge a todos nós, direta ou indiretamente.
Apesar de termos conhecimento sobre as formas de prevenção, que incluem educação, higiene e eliminação de criadouros, os casos continuam a aumentar. Isso levanta a questão: o que está faltando para reduzir efetivamente a propagação dessas doenças? A resposta não é simples, mas exige um esforço conjunto e uma mudança de mentalidade.
É fácil culpar o Estado por não fazer o suficiente para combater o mosquito, ou esperar que a indústria farmacêutica produza mais vacinas. No entanto, essa abordagem é simplista e não ataca a raiz do problema. A responsabilidade recai sobre cada um de nós, como cidadãos, para agir e fazer a diferença em nossa comunidade.
Enquanto os agentes de controle de endemias e todo efetivo de especialistas do Ministério da Saúde e das secretarias estaduais e municipais estão em campo, muitas vezes recolhendo toneladas de produtos inservíveis acumulados desordenadamente em residências, cada pessoa é convidada a praticar atos de cidadania e a conscientização. Precisamos educar a população sobre os riscos associados ao Aedes aegypti e as medidas simples que podem ser tomadas para evitar a proliferação do mosquito. Isso inclui a eliminação de recipientes que acumulem água parada, a instalação de telas nas janelas e o uso de repelentes.
Também é fundamental que cada indivíduo assuma a responsabilidade pela sua própria casa e local de trabalho. Realizar vistorias regulares para identificar e eliminar possíveis criadouros do mosquito é uma medida básica e simples, mas eficaz, que pode ajudar a prevenir a propagação das doenças.
Ao ler este artigo, convido você a refletir sobre o que pode fazer para mudar essa realidade. Que tal dedicar alguns minutos do seu dia para realizar uma inspeção em sua residência ou empresa, identificando e eliminando possíveis criadouros do mosquito? Conversar com amigos, vizinhos, companheiros de lazer ou mesmo de fé são pequenas ações que podem ter um impacto significativo na luta contra o Aedes
Em última análise, o combate ao Aedes aegypti é um desafio coletivo que exige o envolvimento de todos. Não podemos mais nos dar ao luxo de esperar que outros resolvam o problema por nós. Como cidadãos conscientes, é nosso dever agir e fazer a nossa parte para proteger a saúde e o bem-estar de nossas famílias e comunidades. Agora sim, começou o ano! E cabe a cada um de nós fazer com que seja um ano de progresso e mudança positiva.
* Servidor municipal, advogado, escritor e radialista