As promoções da Black Friday, campanha que mobiliza especialmente o comércio eletrônico no País, ajudaram a impulsionar as vendas do varejo na passagem de outubro para novembro, afirma Isabella Nunes, gerente na Coordenação de Serviços e Comércio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O evento, realizado em 24 de novembro do ano passado, elevou as vendas de móveis e eletrodomésticos do setor de outros artigos de uso pessoal e doméstico, que inclui as lojas de departamento.
“As taxas mais elevadas são dos setores que registraram taxas mais negativas em outubro, e não por acaso são setores que têm perfil muito marcado de vendas pela internet: outros artigos de uso pessoal e doméstico e móveis e eletrodomésticos”, conta Isabella. O crescimento de 0,7% no volume vendido pelo comércio varejista na passagem de outubro para novembro teve predomínio de resultados positivos, alcançando cinco das oito atividades pesquisadas segundo os dados da Pesquisa Mensal de Comércio.
Os maiores avanços foram observados nos setores de outros artigos de uso pessoal e doméstico (8,0%) e móveis e eletrodomésticos (6,1%). Os demais aumentos ocorreram em livros, jornais e papelaria (1,4%); artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (1,2%); e hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (0,8%). Com o desempenho de novembro, o setor de supermercados está há oito meses fora do território negativo, período em que acumulou ganho de 6,5%.
Por outro lado, houve perdas em novembro em combustíveis e lubrificantes (1,8%) e equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-5,8%). O setor de tecidos, vestuários e calçados permaneceu estável (0,0%) em relação a outubro. No comércio varejista ampliado, que inclui as atividades de veículos e material de construção, o volume das vendas cresceu 2,5% em relação a outubro. O setor de veículos, motos, partes e peças subiu 1,5% em novembro, enquanto Material de construção aumentou 2,3%.
Na comparação com novembro de 2016, sem ajuste sazonal, as vendas do varejo tiveram alta de 5,9% em novembro de 2017. De acordo com o site oficial da Black Friday (www.blackfriday. com.br), a expectativa no ano passado era que a ação alcançasse a marca de R$ 2,2 bilhões no País – um crescimento de 19% em relação a 2016 –, sendo mais de R$ 20 milhões somente em Ribeirão Preto. A estimativa foi gerada a partir do histórico das edições anteriores e com base no tráfego do portal idealizador da ação no Brasil.
No entanto, mesmo com a Black Friday, as vendas do comércio ribeirão-pretano caíram 1,21% em novembro em relação ao mesmo período de 2016, quando a retração foi de 0,25%. Foi o terceiro mês seguido de queda na cidade. O pior resultado do ano foi registrado em outubro – nem o Dia das Crianças conseguiu segurar os negócios do setor –, com recuo de 2,84%.
Em setembro, caíram 0,63%, depois de registrar crescimento de 1,13% em agosto e de 0,08% em julho. Os números são da Pesquisa Movimento do Comércio, realizada pelo Sindicato do Comércio Varejista de Ribeirão Preto e Região (Sincovarp). As vendas na cidade já haviam registrado queda de 1,58% em junho, 1,56% em maio, 1,78% em abril, 0,87% em março, 2,47% em fevereiro e 1,97% em janeiro. Os dados de dezembro devem ser divulgados em breve.