Tribuna Ribeirão
Política

Projeto quer mudar a data do Dia das Mães

ALFREDO RIKS/ARQUIVO

Um projeto de lei protoco­lado na Câmara de Vereadores propõe a transferência do Dia das Mães, tradicionalmente comemorado no segundo do­mingo de maio – este ano será no dia 10 –, para 14 de junho, eventualmente após o fim do isolamento social que impôs a quarentena em Ribeirão Pre­to por causa da pandemia do novo coronavírus.

A proposta partiu do pre­sidente do Legislativo, Lincoln Fernandes (PDT), e tem como objetivo ajudar os comercian­tes da cidade, impedidos de abrir as lojas até 10 de maio, Dia das Mães, provavelmente perdendo a oportunidade de faturamento – a data é a segun­da melhor para o setor, atrás apenas do Natal. Na prática, a mudança possibilitaria investi­mento em campanhas e a recu­peração de parte do prejuízo.

Segundo o autor da propos­ta, com a mudança as atividades comerciais terão seus impactos negativos minimizados. Isso porque, devido ao isolamento social que obrigou o fechamento das lojas, o comércio de Ribeirão Preto foi amplamente atingido.

A alteração também já foi cogitada pelo governador João Doria (PSDB). Na semana pas­sada, ele afirmou que o ideal seria a mudança para o mês de agosto, quando é celebrado o Dia dos Pais. O projeto de lei será votado na sessão desta quinta-feira, 30 de abril.

Acirp defende mudança
A Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto (Acirp) está se mobilizando e acionando as principais entida­des setoriais do comércio para propor uma ação organizada e mudar a data do Dia das Mães.

A Acirp quer que o Dia das Mães seja adiado para nova data unificada, de modo a acompa­nhar os calendários de reativa­ção da economia propostos pelo governo de São Paulo e por ou­tros estados brasileiros. A enti­dade sugere duas possibilidades, sendo que a primeira é a transfe­rência para: 31 de maio, último domingo do mês.

Também propõe como op­ção o segundo final de semana de junho, que representaria o adiamento em aproximada­mente um mês, coincidindo com a data de 14 de junho prevista no projeto de Lincoln Fernandes (PDT). Ambas esta­riam próximas de 10 de maio, colaborando para manter o público engajado, consideran­do a existência de campanhas publicitárias e o próprio plane­jamento do consumidor.

Junho, especificamente, tem a proximidade com o Dia dos Namorados, o que pode ser positivo para setores que se be­neficiam com as duas datas, segundo a Acirp. A entidade também fez uma pesquisa com 323 comerciantes e empresários em geral. Duas perguntas foram feitas aos entrevistados. Primei­ro, se eles consideram favorável o adiamento da comemoração. São a favor da mudança 205 em­preendedores (63,5% do total) e 118 são contra (36,5%).

Na segunda questão, foram oferecidas duas sugestões de data – 31 de maio e o segundo final de semana de junho. Na preferência dos participantes prevaleceu o adiamento para junho, opção escolhida por 90 empresários (43,9%). Outros 69 optaram pelo último do­mingo de maio (33,7%) e 46 alegam que estão indiferentes às datas (22,4%).

A presidente do Sindicato dos Empregados do Comércio de Ribeirão Preto (Sincomerci­ários), Regina Pessoti Zagretti, é favorável à alteração. “Preci­sa-mos considerar que muitas pessoas foram demitidas desde que a crise de saúde se instalou. Portanto, muitos não têm con­dições de comprar no mês de maio. Temos que levar em conta que o próprio trabalhador é con­sumidor e precisa desse tempo para se readequar. Dessa forma (adiando para junho), teremos mais acertos na campanha des­ta, que é tão importante para o comércio”, defende.

“O Dia das Mães é a prin­cipal data para o comércio no primeiro semestre em termos de faturamento. E, considerando a atual conjuntura, sua realização sob portas fechadas implicaria, para a maior parte dos setores, em um aprofundamento adicio­nal da recessão que já se anuncia, além de aceleração do processo já verificado de aumento do de­semprego”, avalia o presidente da Acirp, Dorival Balbino.

Na tentativa de buscar uma solução unificada, a Acirp en­viou ofícios à Federação das Associações Comerciais do Es­tado de São Paulo (Facesp), Fe­deração do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB) e Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), além de outras entidades setoriais, su­gerindo que se articulem com urgência para propor uma solu­ção única para essa questão.

“Entendemos que apenas uma solução unificada, com uma nova data de dia das mães suportada pelas principais en­tidades empresariais do setor, será efetiva para conscientizar o público da alteração”, explica o presidente da Acirp.

Os presidentes do Sindicato do Comércio Varejista de Ribei­rão Preto e Região (Sincovarp), Paulo César Garcia Lopes, e da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL-RP), André Luiz Rezen­de, também apoiam a mudança.

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