Tribuna Ribeirão
Política

Projeto que muda a CNH chega à Câmara

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) entregou nesta terça-feira, 4 de junho, à Câmara dos De­putados o projeto de lei que faz diversas alterações no Código de Trânsito Brasileiro (CTB). A proposta dobra o número de pontos para a suspensão da Car­teira Nacional de Habilitação (CNH) de 20 para 40 e também duplica a validade do documen­to, passando para dez anos. “A proposta é simples e atinge a todos os brasileiros”, afirma o capitão da reserva.

O presidente estava acom­panhado dos ministros da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, e de In­fraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas. A proposta foi entregue nas mãos do presidente da Câ­mara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e líderes partidários. O projeto também dá poderes ao Conselho Nacional de Trânsito (Contran) de uniformizar a interpretação e os procedimentos quanto à legis­lação de trânsito e determina a competência para o Departamen­to Nacional de Trãnsito (Dena­tran) centralizar documentos eletrônicos de trânsito.

Além disso, acaba com a ex­clusividade dos Departamentos Estaduais de Trânsito (Detrans) de credenciar clínicas médicas para o exame obrigatório. Segundo o próprio presidente da Repúbli­ca, “qualquer médico” poderá conceder esse laudo. A proposta tem que ser analisada pelas co­missões da Câmara e depois ser votada por deputados e senado­res. Após aprovada e sancionada, a proposta obriga os novos veículos terem luz de rodagem diurna, sem nenhuma aplicação para veículos em circulação.

Os veículos hoje em circulação continuam obrigados a manter luz baixa acesa em rodovia, mas com duas diferenças. A primeira é que deixa de haver multa (ape­sar de continuar o acréscimo de pontos). A segunda é que a exi­gência agora é só para rodovia de faixa simples. O texto propõe mudanças como o fim da exi­gência de exame toxicológico para motoristas profissionais.

“Nós começamos a acredi­tar mais na população. Quanto mais lei tem o país é sinal que ele não tá indo no caminho certo. Quanto menos leis, o povo está mais consciente dos seus deve­res”, destaca Bolsonaro. Segundo o presidente, a proposta foi cons­truída a partir de ideias do próprio presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e de propostas já existen­tes no Congresso Nacional.

No caso de motoristas até 65 anos, o projeto fala em do­brar a validade da habilitação dos atuais cinco para dez anos. A partir dos 66 anos de idade, a validade do documento passa de dois anos e meio para cinco anos. As carteiras emitidas antes da entrada em vigor a lei ficam automaticamente com prazo de validade prorrogado. Outro ponto da proposta altera, de 20 para 40, o limite máximo de pontos que um motorista pode acumular, em até 12 meses, sem perder a licença para dirigir.

“O código já é antigo, tem mais de 20 anos, e necessita de atualização. Dois terços das pe­nalidades do CTB são graves ou gravíssimas, então acaba sendo muito fácil o cidadão perder a carteira, atingir a pontuação. Isso tem se mostrado ineficaz porque os Detrans não conse­guem operacionalizar os proces­sos para suspensão do direito de dirigir”, defende o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas.

Freitas ressaltou que o obje­tivo do projeto de lei é tornar a vida do cidadão mais fácil. Nes­se sentido, o ministro lembrou a ideia do governo de transformar a CNH e os documentos do ve­ículo em digitais. “O cidadão vai poder andar com os documen­tos no celular e quem vai centra­lizar é o Denatran”, diz.

Motociclistas
O texto também prevê mu­danças para os motociclistas e passageiros desses veículos. A ideia é que sejam punidos com multa os que forem pegos uti­lizando capacete de segurança sem viseira ou óculos de prote­ção, ou com viseira ou óculos de proteção em desacordo com a regulamentação do Contran. Apesar da ampliação da sanção para a categoria, a infração passa a ser enquadrada como média.

“Cadeirinha”
O projeto de lei que altera o Código de Trânsito Brasileiro apresentado ao Congresso pelo presidente Jair Bolsonaro pro­põe eliminar multa para moto­ristas que transportarem crian­ças de forma irregular. O texto diz que a violação do artigo 64, que dispõe dessas regras, “será punida apenas com advertência por escrito”, mas ainda precisa precisa ser aprovado por depu­tados e senadores para entrar em vigor.

Segundo o governo, em do­cumento do Ministério da Infra­estrutura, “ao mesmo tempo em que se garante a manutenção da exigência se toma providência para evitar exageros punitivos”. Na proposta enviada ao Congres­so, crianças de até 7,5 anos de ida­de precisam ser transportadas nos bancos traseiros e utilizar “dispo­sitivos de retenção” adaptados ao peso e à idade (no caso, cadeirinha ou assento especial).

As maiores de 7,5 anos e me­nores que 10 anos devem ser le­vadas no banco traseiro e utilizar cintos de segurança. De acordo com a Casa Civil, a antiga apli­cação de multas para motoristas fora das regras das cadeirinhas foi suspensa pelo Supremo Tribunal Federal, então, a norma não es­tava em vigência, apesar de estar prevista em lei. Hoje, a multa para quem desrespeitar a norma é de R$ 393,47. Segundo o STF, o Con­tran não pode formular exigências dessa natureza.

Ribeirão Preto
Em Ribeirão Preto, diaria­mente, pelo menos quatro mo­toristas têm a CNH suspensa por cometerem infrações no trânsito que resultaram em 20 ou mais pontos em multas. Levantamen­to do Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo revela que, entre janeiro e setembro do ano passado, 1.223 motoristas perderam o direito de dirigir na cidade, média mensal de 135 suspensões e de 4,5 por dia. Os dados são os mais recentes di­vulgados pelo Detran.SP.

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