Um projeto de lei em análise na Câmara de Vereadores de Ribeirão Preto propõe a criação na cidade da chamada “Moeda Verde”. A proposta estabelece que o lixo reciclável recolhido pela população poderá ser trocado por frutas, verduras e legumes serem adquiridos pela prefeitura.
Segundo a proposta, a cada 3 quilos de lixo reciclável, o munícipe receberá 1 quilo de hortifruti, sendo que cada pessoa poderá trocar por dia, no máximo 9 quilos de material reciclável.
Para adquirir os alimentos a Administração Municipal poderá estabelecer parcerias com a iniciativa privada, cooperativa e associações, preferencialmente dos produtores que desenvolvem a agricultura familiar na cidade.
A coordenação do programa deverá ser exercida pela Secretaria Municipal de Assistência Social (SEMAS) em parceria com a Secretaria do Meio Ambiente. Já o lixo reciclável recolhido pelo programa será doado às cooperativas ou associações de trabalhadores cadastradas no município, que trabalham com material reciclável.
Segundo o autor da proposta, o vereador Igor Oliveira (MDB) a iniciativa tem como meta contribuir para a diminuição dos pontos de descarte irregular de lixo, a limpeza da cidade em geral, bem como, melhorar a alimentação de muitas famílias em situação de vulnerabilidade.
“Com a implantação desse projeto, pretendemos, também, incentivar a geração de trabalho e renda nas cooperativas e associações de reciclagem do município e fomentar a agricultura familiar”, afirma. O projeto não tem data para ser votado.
A ideia de se criar uma Moeda Verde não é nova na região. Em 2017, a cidade de Santa Cruz da Esperança, que faz parte da Região Metropolitana de Ribeirão Preto, criou sua moeda verde. Com a iniciativa os dois mil moradores daquele município passaram a trocar papelão e garrafas pet vazias pelo dinheiro e comprar de mercadorias no comércio local. A nota de plástico era muito parecida com a antiga nota de R$ 1 e era usada como “dinheiro de verdade” no comércio local.
Tudo que era recolhido era vendido para recicladoras da região e o dinheiro arrecadado retornava para o comércio, para o pagamento do que foi comprado pela população com a “moeda verde”. Antes, esse material ia para o aterro sanitário da cidade.
Cada dois quilos de papelão, por exemplo, valiam duas moedas, o mesmo obtido com um quilo de latas de alumínio. O projeto foi idealizado por uma professora de ciências, Ana Cláudia Ferria, em parceria com a prefeitura, e recolhia, no início, 250 quilos de materiais para reciclagem por mês. Chegou a recolher mais de uma tonelada por mês das ruas e das casas da população. Atualmente o projeto foi desativado pela prefeitura.