Projeto de lei protocolado na Câmara de Vereadores pretende obrigar a prefeitura de Ribeirão Preto a reservar 10% das vagas dos postos de empregos nas licitações e contratações futuras a serem realizadas pelo município para obras da construção civil. A proposta vale para a administração direta – secretarias – e indireta – autarquias, fundações e afins.
O projeto de André Rodini (Novo) considera como emprego na área de construção civil profissões como carpinteira, pedreira, azulejista, pintora, encanadora, ceramista, entre outras. A reserva não atinge os cargos na área administrativa, de limpeza, faxina e afins, exceto na limpeza e faxina pós-obra.
O projeto estabelece ainda que as empresas prestadoras de serviços ao município no ramo da construção civil – vencedoras de licitação – deverão comprovar que dispuseram de todos os meios cabíveis para o cumprimento da lei, caso não consigam preencher as vagas.
Na justificativa, Rodini afirma que o desenvolvimento sustentável exige uma democracia participativa que garanta direitos para as mulheres na sociedade brasileira. “A inclusão das mulheres no mercado de trabalho cresce diariamente”, observa.
“Todavia, ainda existe um maior desemprego em relação aos homens e, quando ocupadas, inserem-se principalmente em atividades reconhecidamente femininas, com menor proteção legal e com rendimentos inferiores aos homens”, diz parte da justificativa.
Frente Parlamentar
Em agosto, os vereadores de Ribeirão Preto aprovaram projeto de resolução da Mesa Diretora criando a Frente Parlamentar de Defesa dos Direitos das Mulheres na Câmara. A proposta partiu de Judeti Zilli (PT, Coletivo Popular) e terá como objetivo incentivar, desenvolver e apoiar as discussões e ações relacionadas aos direitos das mulheres.
Também servirá para divulgar normas de proteção e defesa das mulheres, estimulando e fiscalizando seu cumprimento e acompanhando a elaboração e execução de programas de governo no âmbito municipal, estadual e federal, nas questões que atingem as mulheres. A frente atuará em conjunto com órgãos da administração direta e indireta, de qualquer esfera de governo, bem como organizações da sociedade civil.
Segundo a vereadora Judeti Zilli, a criação da Frente é importante, já que dados sobre a violência contra as mulheres revelam que o Brasil está em quinto lugar no ranking mundial de feminicídio. Segundo estes dados, uma mulher sofre violência doméstica a cada dois minutos no país e do total de vitimas de violência no Brasil, 67% são mulheres.