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Projeto Mais Vida: Atendimento psicológico nas escolas municipais de RP

Ação, ainda sem data para ser iniciada em 10 unidades, tem como objetivo contribuir com a saúde mental e bem-estar entre jovens do ensino fundamental (Reprodução)

Adriana Dorazi – especial para o Tribuna Ribeirão

Oferecer atendimento psicológico gratuito nas escolas municipais que atendem alunos do 6º ao 9º ano do ensino fundamental. Este é o foco do Projeto Mais Vida que foi lançado na última semana pela prefeitura de Ribeirão Preto. Com a iniciativa conjunta das Secretarias da Saúde e Educação, a atuação dos profissionais da Unipsico nas unidades escolares pretende levar mais saúde mental e bem-estar entre jovens.

Promovido pela coordenadoria de Saúde Mental, o projeto visa a implementação de ações articuladas e integradas para prevenção do suicídio no ambiente escolar não apenas neste mês de setembro quando é realizada a campanha “Setembro Amarelo”.

Para a secretária da Saúde, Jane Cristina, é a realização de um plano antigo da pasta. “O cuidado nessa faixa etária com relação a doenças mentais é uma preocupação, estamos dando o primeiro passo para a partir disso, entender a questão como política pública efetiva”, disse no evento de lançamento.

Entre os mais jovens notar comportamentos de mudança brusca de humor e autolesão são pontos fundamentais para chegar ao diagnóstico e tratamento. Ribeirão Preto apresenta dados alarmantes quanto a esse fenômeno, encontrando-se em 4º lugar em número de óbitos no estado de São Paulo.

“Acredito muito em parcerias para a melhoria do serviço público. O processo de aprendizagem de nossas crianças vai muito além da sala de aula. Parcerias com o segmento da saúde mental e com o serviço social são passos importantes a serem seguidos e ampliados dentro da rede de ensino”, disse o secretário da Educação Felipe Miguel.

O coordenador de saúde mental do município, Marcus Vinícius Santos, explica que essa constatação evidencia a necessidade de intervenções eficazes que tenham como objetivo aprimorar o controle emocional, promover a saúde mental e prevenir esses comportamentos de risco. “É preciso alcançar além dos alunos, pais, professores, funcionários das escolas com cursos e capacitações, todos que compõem a comunidade escolar “, disse.

Olhar sem preconceito, oferecer acolhimento
Para sensibilizar os pais e/ou responsáveis e capacitar os profissionais de saúde e da comunidade escolar, um psicólogo da Unipsico fará orientações utilizando recursos como vídeos, filmes, dinâmicas, palestras e rodas de discussão.

Essas atividades visam fornecer informações sobre identificação de sinais de vulnerabilidade e risco de comportamento suicida, bem como fornecer meios apropriados para referenciar indivíduos nessas situações, buscando criar uma rede de apoio efetiva para os participantes do projeto.

Nesse sentido, busca-se estabelecer uma integração multinível e intersetorial, envolvendo os profissionais de educação e saúde, visando a cooperação e o compartilhamento de conhecimentos para uma atuação efetiva na prevenção e promoção da saúde mental. Além disso, serão realizadas oficinas socioterapêuticas com as crianças e adolescentes, conduzidas por um psicólogo da Unipsico.

Essas oficinas têm como objetivo desenvolver habilidades sociais, promover a expressão emocional saudável e fornecer estratégias de enfrentamento adequadas para lidar com os desafios do cotidiano, pretendem incrementar o autoconceito, a autoeficácia, o desenvolvimento da identidade e da busca de sentidos.

Projeto Mais Vida
A forma de atuação neste projeto envolve ações coletivas com crianças e adolescentes, com pais e responsáveis, com a comunidade escolar e também prioriza o diálogo com agentes de saúde locais. A data de início das atividades não foi confirmada ainda, mas pelo menos 10 escolas receberão o atendimento dos psicólogos na primeira etapa.

Para alcançar os propósitos, a intervenção proposta visa promover o desenvolvimento de habilidades sociais, estratégias de enfrentamento e resolução de problemas, além de aprimorar o autoconceito e a capacidade de regulação emocional das crianças e adolescentes envolvidos.

“Uma abordagem abrangente também se faz necessária para combater os estigmas relacionados à saúde mental, sensibilizar e capacitar os participantes para a identificação de vulnerabilidades e riscos de comportamentos suicidas e auto lesivos”, explica Marcus Vinicius.

Unipsico
A Unipsico Ribeirão Preto é parte de uma rede de cooperativas de psicologia presentes em 15 cidades no Brasil. Fundada por um grupo de psicólogos que procuravam organizar a classe profissional, divulgar e tornar as suas atividades acessíveis à população de Ribeirão Preto e região. Trata-se de uma cooperativa de trabalho em psicologia que reúne cerca de 93 profissionais qualificados para atendimento em psicoterapia e em diversas áreas de atuação da psicologia.

Coordenadoria de Saúde Mental
A Coordenadoria de Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas tem como objetivo promover a efetivação dos princípios básicos para a atenção à saúde mental, álcool e outras drogas, seguindo diretrizes da Política Nacional de Saúde Mental, que tem como base o processo da Reforma Psiquiátrica e os princípios de desinstitucionalização, reabilitação psicossocial, inclusão social, priorizando ações extra hospitalares e multiprofissionais.

Dados alarmantes da saúde mental
Em São Paulo, assim como no Brasil, as taxas de mortalidade por suicídio apresentam níveis baixos quando comparadas a outros países do mundo. Enquanto Lituânia, Bielorrússia, Rússia, Cazaquistão, Hungria, Japão e Coréia do Sul registram índices que variam entre 20 e 40 óbitos por 100 mil habitantes, o Brasil teve 5,8 em 2014 e São Paulo 5,6 por 100 mil.

Os dados da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade) são do biênio 2013-2014.  A Região Administrativa de Ribeirão Preto, formada por 25 municípios, era a terceira do estado em mortes por suicídio, com taxa de 7,5 óbitos por 100 mil habitantes, atrás das RAs Central (8,7) e de Marília (8,6).

No levantamento da Seade que abrange a década passada, de 2010 a 2019, fora, 930 suicídios na área de abrangência do 13º Departamento Regional de Saúde (D RS-XIII), que abrange Ribeirão Preto e mais 25 municípios. De 2017 a 2019 foram 106 casos por ano.

Em 2019, a taxa era de 8,25 por 100 mil habitantes, abaixo dos 8,33 de 2019. O pico ocorreu em 2014, com 8,71. O menor volume é de 201, de 6,08. Os homens lideram com 751 suicídios, 80,75% do total. As mulheres respondem por 179, ou 19,25%

 

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