O músico Márcio Coelho, fundador da banda É tudo cena dela – que surgiu em 1989 hoje prossegue em formato de dupla com Ana Favaretto em programas voltados ao público infantl –, lançou o Projeto João de Barro para entreter os moradores de condomínios em Ribeirão Preto. O objetivo é levar alegria ao cotidiano triste e enfadonho das pessoas que estão em quarentena por causa da pandemia do novo coronavírus, causador da covid-19.
Além de “quebrar o gelo”, os moradores dos prédios poderão ajudar músicos que estão sem trabalho e pessoas que vivem em comunidades e favelas, alvo de severas restrições e, por isso, totalmente vulneráveis. O condomínio pode escolher que tipo de música e/ou instrumento quer ouvir, além de decidir se quer uma apresentação fixa ou itinerante, no espaço interno. O valor, segundo Coelho, é irrisório se dividido entre os condôminos.
O autor do projeto ressalta que as apresentações ocorrem sem aglomeração e seguindo as recomendações impostas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e autoridades sanitárias do Brasil, mas abrindo a possibilidade de trabalho para os músicos e um momento de alegria para quem usufrui do show intimista. Da janela ou da sacada, o condômino passará uma hora agradável neste momento tão difícil para todos.
O dinheiro do cachê é divido em três partes, duas para o músico e uma para a União Movimento de Moradias de Ribeirão Preto (UMMRP). Os administradores de condomínios, a associação de moradores ou os próprios condôminos que quiserem participar – desde que haja consenso – devem entrar em contato pelo WhatsApp (16) 99722-3406 ou pelo e-mail [email protected].
Márcio Coelho foi produtor cultural da Secretaria Municipal da Cultura na primeira gestão do prefeito Antonio Palocci Filho (1993-1996) e produziu shows de Gilberto Gil, Paralamas do Sucesso, Rita Lee e Moraes Moreira, entre outros, além de criar e apoiar projetos de resgate da música instrumental brasileira.
Uma dessas iniciativas é o Projeto Café da Manhã – chorinho aos domingos de manhã no complexo dos museus Histórico e de Ordem Geral Plínio Travassos dos Santos e do Café Coronel Francisco Schmidt, no campus da Universidade de São Paulo (USP). Também produziu o Banco do Brasil Musical (que trouxe para a cidade nomes como Altamiro Carrilho e Zimbo Trio), em parceira com a Tom Brasil, produtora de André Geraissati, dentre outros.
Tem cinco CDs gravados: “É tudo cena dela – Quem não morreu saiu pra ver”, “Tamarindos para quem quiser”, “Eu comigo mesmo”, “Vida colorida” e “Curuminzada”, os dois últimos dedicado ao público infantil – também compôs várias marchinhas para o Bloco Berro.