O Ministério da Economia revisou para cima sua projeção para a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2021. De acordo com a nova grade de parâmetros macroeconômicos da pasta, a estimativa para a alta de preços neste ano passou de 5,90% para 7,90%. Para 2022, a projeção passou de 3,50% para 3,75%.
De acordo com a SPE, a partir de 2023, a projeção converge para a meta: 3,25% em 2023 e 3,0% de 2024 em diante. No último relatório Focus, os analistas de mercado consultados pelo Banco Central estimaram que o IPCA deve acumular alta de 8,00% em 2021 e de 4,03% em 2022.
Todas as projeções para a inflação em 2021 estão bem acima do centro da meta deste ano, de 3,75%, que tem uma margem de tolerância de 1,5 ponto porcentual para cima ou para baixo (índice de 2,25% a 5,25%). No caso de 2022, a meta é de 3,50%, com margem de 1,5 ponto (2,00% a 5,00%).
A inflação medida pelo indexador oficial de preços no Brasil fechou agosto com alta de 0,87%, a maior para o mês desde o ano 2000, quando subiu 1,31%. Com isso, o indicador acumula aumentos de 5,67% no ano e de 9,68% nos últimos doze meses, o maior acumulado desde fevereiro de 2016, quando o índice alcançou 10,36%.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, indexador oficial da inflação no Brasil, fechou o ano passado com avanço de 4,52%, também o maior desde 2016. O resultado ficou acima do centro da meta perseguida pelo BC, de 4,0%, com margem de tolerância de 1,5 ponto para mais ou para menos.
O Ministério da Economia também atualizou a projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) utilizado para a correção do salário mínimo. De acordo com a nova grade de parâmetros macroeconômicos da pasta, a estimativa para a alta do indicador neste ano passou de 6,20% para 8,40%. Para 2022, a projeção passou de 3,42% para 3,80%.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor teve elevação de 0,88% em agosto, após um avanço de 1,02% em julho, segundo o IBGE. Com o resultado, o índice acumula elevação de 5,94% no ano. A taxa em doze meses está em 10,42%. Em agosto de 2020, o INPC tinha sido de 0,36%. O indexador mede a variação dos preços para as famílias com renda de um a cinco salários mínimos (de R$ 1.100 a R$ 5,.500) e chefiadas por assalariados.
Apesar de o mercado estar reduzindo suas projeções para a evolução da atividade neste e no próximo ano, o Ministério da Economia manteve sua estimativa para a recuperação da economia em 2021, e segue esperando uma alta de 5,30% no Produto Interno Bruto (PIB) neste ano.
De acordo com a SPE, apesar do recuo de 0,1% do PIB no segundo trimestre em relação aos três primeiros meses do ano, o crescimento interanual de 12,4% indicaria recuperação em relação ao vale da crise de 2020. “O destaque do PIB pelo lado da oferta foi o desempenho dos serviços, com alta de 0,7% ante o trimestre anterior, com ajuste sazonal”, acrescenta a Economia.
Para 2022, a estimativa de alta no PIB passou de 2,51% para 2,50%. O ministério manteve ainda as projeções de crescimento da economia de 2023, 2024 e 2025 – todas em 2,50%. “Esperam-se efeitos positivos das reformas pró-mercado e do processo de consolidação fiscal”, completa a SPE. No último relatório Focus, os analistas de mercado consultados pelo Banco Central estimaram uma alta de 5,04% para o PIB de 2021.
Para 2022, a estimativa no Focus é de crescimento de 1,72%, mas diversos analistas já passaram a projetar uma expansão de menos de 1,0% no próximo ano após o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, ter dito nesta semana que a instituição aumentará os juros até onde for necessário para conter a inflação.
O secretário de Política Econômica, Adolfo Sachsida, reafirmou que a vacinação em massa é a melhor política econômica para o país e fez um apelo para que a população complete o calendário vacinal contra covid-19. “A população brasileira está sendo vacinada numa velocidade que nos dá segurança para estimar o crescimento do PIB, que a economia vai continuar com a sua retomada”, disse.