A previsão de instituições financeiras para a inflação calculada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) este ano voltou a subir. A estimativa para o índice passou de 3,31% para 3,33%, no segundo ajuste consecutivo, segundo o Relatório de Mercado Focus, divulgado nesta segunda-feira, 18 de novembro, pelo Banco Central (BC). Há um mês, estava em 3,26%. A projeção para o índice em 2020 permaneceu em 3,60%. Quatro semanas atrás, estava em 3,66%.
Para os anos seguintes não houve alterações: 3,75% em 2021, e 3,50% em 2022. Há quatro semanas, essas projeções eram de 3,75% e 3,50%, respectivamente. As projeções para 2019 e 2020 estão abaixo do centro da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. A meta de inflação, definida pelo Conselho Monetário Nacional, é 4,25% em 2019, 4% em 2020, 3,75% em 2021 e 3,50% em 2022, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
No início deste mês, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o IPCA subiu 0,10% em outubro. No ano, a taxa acumulada é de 2,60% e, em 12 meses até outubro, de 2,54%. Em outubro, o Copom do BC atualizou suas projeções mais recentes para a inflação. Considerando o cenário de mercado, a projeção para o IPCA em 2019 está em 3,4%. No caso de 2020, está em 3,6% e, para 2021, em 3,5%.
O principal instrumento usado pelo BC para controlar a inflação é a taxa básica de juros, a Selic. Quando o Copom do BC reduz a Selic, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle da inflação e estimulando a atividade econômica.
Quando o Copom aumenta a Selic, a meta é conter a demanda aquecida e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. O mercado financeiro continua esperando que a Selic encerre 2019 no patamar de 4,50% ao ano. Atualmente, a Selic está em 5% ao ano. Para 2020, a expectativa caiu de 4,50% para 4,25% ao ano. Para 2021, a expectativa é que a taxa Selic termine o período em 6% ao ano. Para o fim de 2022, a previsão é 6,50% ao ano.
Preços administrados
O Relatório de Mercado Focus também indicou alteração na projeção para os preços administrados em 2019. A mediana das previsões do mercado financeiro para o indicador este ano foi de alta de 4,70% para 4,75%. Para 2020, a mediana passou de elevação de 4,10% para 4,05%. Há um mês, o mercado projetava aumento de 4,33% para os preços administrados em 2019 e elevação de 4,11% em 2020. As projeções atuais do BC para os preços administrados, no cenário de mercado, indicam 5,2% em 2019 e 4,0% em 2020.
Crescimento econômico
A estimativa de expansão do Produto Interno Bruto (PIB), a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, foi mantida em 0,92% este ano, pela segunda semana consecutiva. Para 2020, a projeção subiu de 2,08% para 2,17%. Já a expectativa para 2021 2022, permanece em 2,50%.