Após onze semanas em queda, as instituições financeiras consultadas pelo Banco Central (BC) aumentaram a estimativa para a inflação este ano. A projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – a inflação oficial do país – subiu de 3,26% para 3,29%, segundo o Relatório de Mercado de Focus, divulgado nesta segunda-feira, 28 de outubro.
Para 2020, a estimativa de inflação caiu de 3,66% para 3,60%, na quinta redução seguida. A previsão para os anos seguintes não teve alterações: 3,75% em 2021, e 3,50% em 2022. As projeções para 2019 e 2020 estão abaixo do centro da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC.
A meta de inflação, definida pelo Conselho Monetário Nacional, é 4,25% em 2019, 4% em 2020, 3,75% em 2021 e 3,50% em 2022, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. O principal instrumento usado pelo BC para controlar a inflação é a taxa básica de juros, a Selic, atualmente em 5,5% ao ano.
De acordo com as instituições financeiras, a Selic deve cair para 4,5% ao ano até o fim de 2019. Para 2020, a expectativa é que a taxa básica permaneça nesse mesmo patamar. Para 2010 e 2022, as instituições financeiras estimam que a Selic termine o período em 6,38% ao ano e 6,5% ao ano, respectivamente.
Os economistas do mercado financeiro projetam corte de 0,50 ponto prcentual da Selic nesta semana, no encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central que está agendado para esta terça (29) e para a quarta-feira, dia 30. Depois, o colegiado promoveria novo recuo de 0,50 ponto percentual, em dezembro. Com isso, a taxa, atualmente em 5,50% ao ano, atingiria novo piso histórico, de 4,5% ao ano.
Crédito mais barato
Quando o Copom do BC reduz a Selic, como prevê o mercado financeiro este ano, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle da inflação e estimulando a atividade econômica.
Já quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, o objetivo é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. E a manutenção da Selic indica que o Copom considera as alterações anteriores suficientes para chegar à meta de inflação.
Preços administrados
O Relatório de Mercado Focus indicou alteração na projeção para os preços administrados em 2019. A mediana das previsões do mercado financeiro para o indicador este ano foi de alta de 4,33% para 4,50%. Para 2020, a mediana foi de alta de 4,11% para 4,10%.
Há um mês, o mercado projetava aumento de 4,40% para os preços administrados em 2019 e elevação de 4,17% em 2020. As projeções atuais do BC para os preços administrados, no cenário de mercado, indicam elevações de 3,5% em 2019 e 4,5% em 2020.
Atividade econômica
A projeção para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) – a soma de todos os bens e serviços produzidos no país – subiu de 0,88% para 0,91%. As estimativas para os anos seguintes não foram alteradas: 2% em 2020; e 2,50% em 2021 e 2022. A previsão do mercado financeiro para a cotação do dólar também permanece em R$ 4 para o fim deste ano e para 2020.