Um dos problemas da fragilidade educacional brasileira é a insistência em adestrar o educando a decorar informações que ele encontra mais atualizadas com mero “clique” num celular. Por isso o Ensino Médio apresenta a maior taxa de evasão. Aulas desinteressantes, no estilo prelecional em que um fala e todos escutam. Ou fingem estar a escutar.
Por isso é alvissareira a perspectiva aberta no setor audiovisual, que permite à juventude explorar sua criatividade e seu talento, indo muito além da condição de usuário das tecnologias da comunicação e da informação, para ser um protagonista nelas.
Os jovens que têm interesse em se dedicar a essa área, florescente no Brasil e em todo o mundo, precisam conhecer o que se faz na SP-Cine, a empresa municipal de São Paulo que estimula o setor e tem uma série de êxitos já contabilizados.
Apenas para que se saiba o que ali se realiza, no mês de abril houve quase quarenta mil pessoas assistindo, no Circuito São Paulo Cine, filmes como “Alfazema” e “Black Berlin”, de Sabrina Fidalgo, “Brasil”, de Rogério Sganzerla e outros. O Projeto “Meu Olhar” concedeu cento e vinte bolsas de três mil reais para a realização de curta-metragens.
O momento é propício, pois a Lei complementar 195/2022 garante apoio financeiro para garantir ações emergenciais destinadas à cultura, grande prejudicada durante o biênio da pandemia. Tudo isso advém do superavit do Fundo Nacional de Cultura e recursos que chegam a quase quatro bilhões de reais serão destinados, majoritariamente, ao setor audiovisual.
A cidade de São Paulo conta com quase cinquenta milhões para produções culturais, enquanto que o Estado de São Paulo dispõe de cerca de trezentos e cinquenta e cinco milhões. Está mais do que na hora da juventude descobrir que há campos ainda pouco explorados e que garantirão sobrevivência digna, muito mais prazerosa do que a dos que não têm imaginação e continuam a procurar carreiras com excesso de profissionais e, segundo os que acompanham as tecnologias da Inteligência Artificial, condenadas à extinção.