Cuteleiro é o profissional que fabrica ou vende instrumentos de corte, como, espadas, adagas, facas, facões, machados, punhais, navalhas e outros, podendo ser artesanal ou industrial.
Na cutelaria artesanal a produção é em pequena escala, na grande maioria das vezes, objetos feitos por encomenda. É um trabalho que requer esforço e habilidade artística manual, sem muito auxílio de muitos maquinários (apenas o básico). Em muitos casos, pode se tornar uma fonte de renda extra.
André Luís de Figueiredo Bagio, de 54 anos, é um caso. Ele está trocando gradativamente a profissão de mecânico de automóveis pelo trabalho de cutelaria, por paixão.
“Sempre gostei de facas. Sou pescador e adoro coisas relacionadas. Como tinha algumas ferramentas que me possibilitaram fazer uma faca, comecei a produzir algumas. Alguns amigos passaram a ver e encomendar. Hoje recebo em média dois a três pedidos por semana”, conta.
Apesar das variadas possibilidades de produção, André prefere facas. “Eu gosto muito de facas para caça, como gosto de pescaria, acampamento e coisas similares, fico muito empolgado nesse tipo de faca. No geral, prefiro facas com cabos feitos de micarta, que é um cabo de resina misturado com outros materiais”.
A produção em sua cutelaria depende dos pedidos. “Isso vai muito do gosto e da necessidade do cliente. Faço desde facas para churrasco e cozinha até facas para caça e pesca. Isso varia muito. Até machados e cutelos faço com bastante frequência”, ressalta.
Segundo ele, a maior dificuldade é encontrar bons materiais. “Eu gosto de utilizar os bons, mas o acesso a esses materiais, como aço de qualidade, madeira boa procedência são de grande dificuldade para encontrar. A maioria do aço, por exemplo, eu compro em outras cidades”, revela.
Produzir em pequena escala, de maneira artesanal, contra uma produção industrial não o incomoda, pelo contrário, é um diferencial. “A questão das grandes marcas é a produção em grande escala. Os produtos são padronizados. Hoje você tem uma grande procura por produtos artesanais, feitos manualmente, isso não só no ramo da cutelaria, mas em quase todos os seguimentos do comércio. Eu faço uma faca conforme o cliente me faz o pedido. Ele escolhe o estilo de acordo com as preferências dele. Faço destinada a finalidade que o cliente quer. Esse é o diferencial. Além disso, você tem a possibilidade de escolha de que tipo de material você pode utilizar, ou seja, você faz uma faca conforme você imagina. Do tamanho, do peso e do material que você desejar. As pessoas adoram isso. Encontram o que procuram”, salienta.
Para quem tiver interesse em trabalhar com cutelaria, seja por hobby ou profissão, André recomenda procurar informações com alguém que já sabe. “É necessário olhar, ver, pesquisar se instruir para aprender como fazer. Você deve saber estilos de faca, lâmina, material, madeira, instrumentos para a feitura. No começo, como toda profissão você encontrar dificuldades, é necessário um tempo para ter clientela, para começar a ter uma renda, dentre outras coisas. No começo, é mais fácil você fazer isso como uma renda extra. Depois, quando passa a ter uma clientela, você consegue sobreviver. Mas digo que a prática é fundamental, então, comece com alguém que saiba te instruir e aos poucos vá aprendendo até o ponto que se sinta seguro para andar com suas próprias pernas”, finaliza.