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Produtos caros e com altos impostos. Mas, supermercados registram crescimento de vendas

JCOMP/FREEPIK

Em um início de ano marcado pelo aumento de impostos, discussões sobre a Reforma Tributária e mu­danças constantes na legisla­ção fiscal, grandes empresas do ramo varejista estão bus­cando na tecnologia solu­ções para evitar um aumento muito brusco nos preços dos produtos. O objetivo é evitar onerar os consumidores que querem fugir de altos valores no carrinho.

No último ano, a pande­mia da covid-19 fez com que todas as várias esferas do governo suspendessem a co­brança de alguns impostos, com a promessa de retomar o débito dos valores neste ano. Com a arrecadação em baixa, a soma desse conjun­to de fatores já está chegando ao bolso do consumidor, que é quem deve acabar pagando a conta.

Segundo dados do Ins­tituto Brasileiro de Planeja­mento e Tributação (IBPT), entre alguns itens de consu­mo com alta incidência de impostos estão, por exem­plo, pão francês – com uma média de 16,86% de impos­tos incidentes sob o preço total –, arroz (17,24%), fei­jão (17,24%), cerveja engar­rafada (42,69%), shampoo (44,20%) e roupas (34,67).

Segundo dados IBPT, entre alguns itens de consumo com alta incidência de impostos estão, por exemplo, pão francês – com uma média de 16,86% de impostos incidentes sob o preço total –, arroz (17,24%), feijão (17,24%), cerveja engarrafada (42,69%), shampoo (44,20%) e roupas (34,67).

Com o objetivo de frear um aumento nos preços de diferentes produtos que che­gam às prateleiras de merca­dos de todo o Brasil, uma das soluções buscadas pelas prin­cipais marcas de supermerca­dos no Brasil tem sido a di­gitalização de seus processos de pagamento de impostos.

Levantamento realiza­do pela consultoria Sovos aponta que a digitalização de tributos é capaz de gerar uma economia de até 5% na carga de impostos e de com­pliance das empresas, hoje em torno de 34% no Brasil. Ainda de acordo com a pes­quisa, uma empresa com fa­turamento de R$ 3 bilhões no ano que implemente solu­ções de tecnologia tributária pode experimentar econo­mias de até R$ 55 milhões através da correta utilização e enquadramento tributário.

Por isso, automatizar tare­fas como coleta de informa­ções básicas de cadastro, con­sulta de CNPJ e checagem de fornecedores, e contar com um serviço de inteligência para atualizar e interpretar as mudanças na legislação tri­butária, já ajudam a agilizar e otimizar muito os processos. Com isso, o varejo consegue mitigar riscos e reduzir cus­tos que eventualmente pre­cisariam ser repassados aos consumidores finais.

Cesta básica ficou mais cara
A Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socio­econômicos (Dieese), indicou que os preços do conjunto de alimentos básicos necessá­rios para as refeições de uma pessoa adulta aumentaram em todas as capitais em 2020.

Em São Paulo, no ano de 2020, o preço do conjunto de alimentos subiu 24,67%.

Poder de compra
Com base na cesta mais cara que, em dezembro, foi a de São Paulo, o Dieese estima que o salário mínimo necessário deveria ser equivalente a R$ 5.304,90, o que corresponde a 5,08 vezes o mínimo vigente, de R$ 1.045,00. Segundo o órgão, o cálculo é feito levando-se em consideração uma família de quatro pessoas, com dois adultos e duas crianças.

Quando comparado o custo da cesta ao salário mínimo líquido, ou seja, após o des­conto referente à Previdência Social – alterado para 7,5% a partir de março de 2020, com a Reforma da Previ­dência -, verificou-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu, na média, 56,57% do salário mínimo líquido para comprar os alimentos básicos para uma pessoa adulta.

No mês passado, a Associação Brasileira de Supermercados divulgou a projeção de crescimento das vendas do setor para o ano de 2021, de 4,5%

Apesar dos preços, vendas dos supermercados fecham janeiro com crescimento de 12%
O setor supermercadista regis­trou em janeiro crescimento real (deflacionado pelo IPCA/ IBGE) de 12% nas vendas na comparação com o mesmo período de 2020, de acordo com o Índice Nacional de Consumo dos Lares Brasileiros Abras, apurado pelo Departa­mento de Economia e Pes­quisa da entidade nacional de supermercados, divulgado na quinta-feira (11). Em relação a dezembro, o índice registrou queda de – 18,45%.

“Janeiro é um mês tradi­cional de férias e, mesmo durante a pandemia, muitas pessoas viajaram. Com as restrições de funcionamento de muitos estabelecimentos pelo Brasil, o setor, por ser essencial, foi uma opção na compra de diversos itens. Na comparação com dezem­bro, a queda de -18,45% foi impactada pela sazonalidade das compras de final de ano, considerado o melhor perío­do de vendas dos supermer­cados”, declara o vice-pre­sidente Administrativo e Institucional, Marcio Milan.

No mês passado, a Associação Brasileira de Supermercados divulgou a projeção de cresci­mento das vendas do setor para o ano de 2021, de 4,5%.

Abrasmercado
Em janeiro, a cesta Abrasmer­cado -, não é a cesta básica, mas, sim, uma cesta com­posta por 35 produtos mais vendidos nos supermercados: alimentos, incluindo cerveja e refrigerante, higiene, beleza e limpeza doméstica -, registrou alta de 0,22% na comparação com dezembro, passando de R$ 635,02 a R$ 636,40. No acumulado dos 12 meses o valor da cesta subiu 24,40%.

As maiores quedas nos preços da cesta de janeiro foram registradas nos produtos: pernil, -4,23%, leite longa vida, -4,13%, farinha de mandio­ca, -2,17%, queijo muçarela, -1,98%, papel higiênico, -1,53%. As maiores altas fo­ram nos itens: cebola, 18,79%, farinha de trigo, 4,97%, feijão, 3,08%, massa sêmola espa­guete, 2,62%, açúcar, 2,55%.

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