Tribuna Ribeirão
Economia

Produção industrial cai geral em março

ARQUIVO/AG.BR.

A produção industrial re­cuou nos 15 locais pesquisa­dos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na passagem de fevereiro para março deste ano. É a primeira vez que isso ocorre desde o iní­cio da série histórica, em 2012. As maiores quedas foram ob­servadas no Ceará (de 21,8%), no Rio Grande do Sul (20,1%) e em Santa Catarina (17,9%). Também houve retração no Pará (12,8%), Amazonas (11,0%), Região Nordeste, a única a ser pesquisada (9,3%), Pernambuco (7,2%), Espírito Santo (6,2%), São Paulo (5,4%), Bahia (5,0%), Paraná (4,9%), Mato Grosso (4,1%), Goiás (2,8%), Rio de Janeiro (1,3%) e Minas Gerais (1,2%).

Na comparação com março do ano passado, houve quedas em onze dos 15 locais, com destaque para Santa Catarina (15,6%), Espírito Santo (14,2%), Rio Grande do Sul (13,7%) e Ceará (10,5%). Quatro estados tiveram alta na taxa: Rio de Janeiro (9,4%), Bahia (5,8%), Paraná (1,6%) e Pernambuco (1,4%). No acumulado no ano, a queda em dez dos 15 locais pesquisados, com destaque para Espírito Santo (-13,3%) e Minas Gerais (-8,4%). Cin­co locais tiveram crescimento, sendo os maiores avanços regis­trados no Rio de Janeiro (9,8%) e na Bahia (7,1%).

No acumulado de doze me­ses, sete locais tiveram queda, sendo a maior delas no Espírito Santo (-17,2%). O Rio Grande do Sul manteve estabilidade na produção e sete locais tiveram alta, com destaque para o Ama­zonas (5,2%). Sondagem es­pecial feita pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) aponta que 91% da indústria brasileira relatam impactos ne­gativos por causa da pandemia da covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus. Três quartos (76%) das empresas industriais reduziram ou para­lisaram a produção.

Três de cada quatro empre­sas, novamente 76% dos entre­vistados, apontaram queda da demanda por seus produtos, metade desses (38%) observou que a queda foi “intensa”. Os setores que descreveram a di­minuição da demanda foram de vestuário (82%), calçados (79%), móveis (76%), impres­são e reprodução (65%) e a in­dústria têxtil (60%). Dentre os empresários, 45% reclamaram de inadimplência dos clientes e 44% informaram ter tido enco­mendas e pedidos cancelados.

Além de queda da de­manda, 77% dos empresários identificaram que houve di­minuição da oferta de maté­rias primas e de insumos para a produção – por causa da desorganização da estrutura logística, o sistema de trans­porte em especial –, o que di­ficultou acesso a insumos ou matérias primas necessários à produção. Quase a totalidade dos empresários entrevistados (95%) afirmou ter adotado medidas em relação aos em­pregados desde campanhas de prevenção, medidas de higie­ne e afastamento de emprega­dos de grupos de risco ou que apresentaram sintomas.

Metade das empresas deu férias para parte dos emprega­dos, 36% fizeram uso do ban­co de horas, 19% reduziram a jornada de trabalho, 16% iniciaram férias coletivas, 15% dispensaram os trabalhadores e 8% suspenderam tempora­riamente os contratos de tra­balho. Os dados da sondagem da CNI foram apurados junto a 1.740 empresários da indústria de transformação (fábricas), extrativa (como mineração e petróleo) e construção civil.

A coleta ocorreu na primei­ra quinzena de abril. Sete de cada dez empresas assinalam perda de faturamento. Entre os entrevistados, 59% descreve­ram dificuldades para cumprir pagamentos dos fornecedores e manter em dia salários, aluguel e impostos. Mais da metade (55%) apontaram que o acesso ao crédito para capital de giro ficou mais difícil.

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