A produção industrial cresceu 2,6% em setembro ante agosto, na série com ajuste sazonal, divulgou nesta quarta-feira, 4 de novembro o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foi a quinta alta mensal seguida, eliminando o tombo de 27,1% acumulado em apenas dois meses, março e abril.
Em setembro, o nível da produção industrial ficou 0,2% acima do registrado em fevereiro, antes da pandemia de covid-19 provocar paradas de produção. Em relação a setembro de 2019, a produção subiu 3,4%. Com o resultado de fevereiro, a indústria acumula queda 7,2% no ano de 2020.
Em doze meses, acumula queda 5,5%. O índice de Média Móvel Trimestral da indústria registrou alta de 4,8% em setembro. A produção industrial cresceu 22,3% no terceiro trimestre ante o segundo, na série com ajuste sazonal. A alta se seguiu a um tombo de 17,5% no segundo trimestre ante os três primeiros meses do ano.
Na comparação com o terceiro trimestre de 2019, houve queda de 0,6%. A retração desacelerou fortemente ante o segundo trimestre, quando houve tombo de 19,4% sobre igual período do ano passado. Segundo o IBGE, foi o oitavo trimestre seguido de queda na comparação com iguais períodos de anos anteriores.
Isoladamente em setembro, a alta de 3,4% ante setembro de 2019 quebrou uma sequência de dez quedas. A produção da indústria de bens de capital subiu 7,0% em setembro ante agosto. Na comparação com setembro de 2019, houve queda de 2,0%. No acumulado em doze meses, houve recuo de 14,4% na produção de bens de capital.
A produção de veículos automotores, reboques e carrocerias avançou 14,1% ante agosto, impulsionada pela continuidade do retorno após a paralisação decorrente da pandemia. Segundo o IBGE, o setor acumulou expansão de 1.042,6% em cinco meses consecutivos de crescimento na produção, mas ainda assim se encontra 12,8% abaixo do patamar de fevereiro último, antes da covid-19 se abater sobre a economia.
Os dados fazem parte da Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF). Os cinco meses de alta na produção industrial, com avanço acumulado de 37,5%, apagaram o tombo causado em 2020 pela pandemia de covid-19, mas ainda não eliminam quedas anteriores. O resultado de setembro ficou 15,9% abaixo do ponto máximo da série histórica, registrado em maio de 2011.
Na comparação com setembro de 2019, houve avanço em 17 dos 26 ramos pesquisados pelo IBGE, com altas na produção de 58,0% dos 805 produtos pesquisados. Segundo o IBGE, na comparação de setembro com igual mês de 2019, as principais influências no total da indústria vieram de produtos alimentícios (11,1%) e coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (7,8%).
Outros impactos positivos foram dos ramos de bebidas (13,8%); de máquinas e equipamentos (8,1%); de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (15,4%); de produtos de borracha e de material plástico (8,6%); de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (12,6%); de produtos de metal (9,2%) e de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (11,2%).
Também impactaram outros produtos químicos (3,7%); de celulose, papel e produtos de papel (5,3%); de produtos do fumo (53,8%); de produtos de madeira (15,1%) e de produtos têxteis (9,3%). Na contramão, ainda na comparação com setembro de 2019, entre as nove atividades que apontaram redução na produção, o IBGE destacou a fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias, que tombou 13,7% e exerceu a maior influência negativa na formação da média da indústria.
Segundo a nota divulgada pelo IBGE, a atividade foi “pressionada, em grande medida, pelos itens automóveis, caminhão-trator para reboques e semirreboques, caminhões e autopeças”. Outras contribuições negativas vieram de indústrias extrativas (-4,1%), confecção de artigos do vestuário e acessórios (-11,6%), impressão e reprodução de gravações (-39,2%), manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos (-19,8%) e outros equipamentos de transporte (-19,3%).