A quantidade de cana-de-açúcar processada pelas usinas do Centro-Sul totalizou 44,39 milhões de toneladas na primeira metade de setembro, aumento de 12,08% sobre o valor apurado na mesma quinzena da safra 2019/2020. No acumulado desde o início do ciclo 2020/2021 até dia 16, a moagem somou 459,45 milhões de toneladas – crescimento de 4,56% no comparativo com o mesmo período do último ciclo agrícola.
Reflexo da maior moagem, da melhor qualidade da cana-de-açúcar e do mix mais açucareiro, a produção de açúcar aumentou 55,96% nos 15 primeiros dias de setembro, com 3,18 milhões de toneladas fabricadas neste ano. No agregado desde o início da safra, a produção de açúcar atingiu 29,07 milhões de toneladas, ante 20,05 milhões de toneladas em igual período de 2019.
Como reflexo, 47,01% da cana-de-açúcar foi destinada ao açúcar até o dia 16 de setembro, ante 35,43% registrados na mesma data de 2019. O volume fabricado de etanol, por sua vez, registrou queda de 4,65% com um total de 2,29 bilhões de litros na primeira quinzena de setembro. Desse total, o volume de etanol anidro aumentou 9,01%, atingindo 745,37 milhões de litros.
A produção quinzenal de hidratado apresentou queda de 10,07%, totalizando 1,54 bilhão de litros. No acumulado desde o início da safra até 16 de setembro, a produção de etanol alcançou 21,26 bilhões de litros, dos quais 14,90 bilhões de litros de etanol hidratado e 6,36 bilhões de litros de etanol anidro.
“O clima seco dos últimos meses favoreceu a operacionalização da colheita e permitiu esse crescimento de 20 milhões de toneladas na moagem registrada até o momento”, destaca o diretor técnico da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Antonio de Padua Rodrigues.
“Apesar de não refletir a condição geral do Centro-Sul, já ouvimos relatos de empresas que, para evitar pausas, estão avançando na área de colheita e processando cana-de-açúcar antes do período ideal, com possível prejuízo de produtividade e qualidade”, acrescenta.
Em relação ao número de usinas em operação, 258 empresas registraram produção até dia 16 de setembro, ante 257 unidades industriais em igual data do último ano. Na primeira quinzena de setembro, 1 unidade de Goiás e 2 unidades de São Paulo já encerraram precocemente a safra 2020/2021.
Venda de etanol
O volume comercializado nos primeiros 15 dias de setembro deste ano somou 1,33 bilhão de litros, praticamente o mesmo valor registrado em igual período de 2019 (1,33 bilhão de litros). Desse total, as exportações mantém ritmo aquecido com o embarque de 155,75 milhões de litros para o mercado externo.
No mercado interno, as vendas de etanol hidratado somaram 813,48 milhões de litros na primeira metade de setembro, redução de 13,57% sobre o montante apurado no mesmo período da última safra (941,25 milhões de litros). A quantidade comercializada de etanol anidro, por sua vez, registrou sensível aumento de 9,09%: 367,46 milhões de litros vendidos em 2020, contra 336,85 milhões de litros em 2019.
“A retração nas vendas de etanol hidratado combustível nesta quinzena foi inferior àquela verificada nos outros meses da safra e, além disso, foi parcialmente amenizada pelo crescimento das exportações e pelas vendas de etanol anidro”, analisa Rodrigues. “Apesar da melhora, números preliminares de mercado indicam que o consumo de combustíveis leves ainda segue em queda no País em função das medidas de isolamento e das alterações no padrão de mobilidade no País”, acrescenta.
No acumulado desde o início da safra 2020/2021 até 16 de setembro, as vendas de etanol pelas empresas do Centro-Sul acumulam retração próxima a 16,29%, somando 13,08 bilhões de litros. Desse total, as exportações acumulam alta de 34,05%, totalizando 1,25 bilhão de litros, e as vendas de mercado interno registram redução em torno de 19,47%, atingindo 11,82 bilhões de litros.